quinta-feira, janeiro 28, 2010

A Análise: Super Furry Animals - "Dark Days/Light Years"

Do País de Gales saiu este ano um dos mais elogiados discos de 2009. Dark Days/Light Years é o nono álbum de originais dos Super Furry Animals que se confunde em muitos géneros musicais: experimentalismo, rock, progressivo, psicadélico, alternativo, indie, jazz e até mesmo pop; são estes os ingredientes que fazem deste álbum um hino à música.
O quinteto para além de utilizar bateria, baixo e guitarra, introduz constantemente vários instrumentos fora do comum: pianos, saz eléctrico [guitarra tradicional turca], vocoder [codificador de voz], sintetizadores e cordas. Quanto às vozes, cada um dos elementos vai dando a sua contribuição às músicas, tendo ainda como convidado Nicholas McCarthy - guitarra/piano/vozes dos Franz Ferdinand - que na música "Inaugural Trams" canta em alemão.
A abertura do álbum com "Crazy Naked Girls", que mais parece uma música dos Mars Volta, mostra o espírito aberto da banda, mas a marca dos Super Furry Animals é perceptível ao longo das 12 músicas de que é feito este álbum.
"Mt.", o segundo single deste álbum, "Moped Eyes", "White Socks/Flip Flops", "Where Do You Wanna Go?" e "Lliwiau Llachar (Bright Colours)" serão certamente os melhores cartões de visita para este disco, pois apresentam sons muito mais próximos daquilo que a maioria do público ouve. No entanto, num disco descomprometido mas complexo, outras músicas presentes neste registo são capazes de aliciar o ouvinte menos convencido com as músicas mais comerciais em cima referidas. Por exemplo, nem sempre é fácil antever para que caminho seguem canções como "Cardiff In The Sun", "The Very Best Of Neil Diamond" ou "Pric".
Este álbum parece estar repleto de jams dos músicos aquando da gravação deste em estúdio. Nota-se que a banda baseia a sua própria música em determinados riffs de diferentes instrumentos, construindo e criando assim a sua música. Com groove, em ambientes mais clássicos, minimalistas, espaciais ou alegres.
De uma das melhores bandas do País de Gales veio um álbum sem medos, sem preconceitos e com muita vontade de mostrar novos caminhos e rumos que o rock mais experimental pode seguir, afinal este género é dos mais liberais do universo rock.
Carlos Montês

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