quinta-feira, janeiro 28, 2010

A Análise: Eels - "Hombre Lobo 12 Songs Of Desire"

Estamos já em 2010, ainda a analisar os álbuns escolhidos para a Review de 2009, e os Eels já lançaram novo álbum no passado dia 19 de Janeiro.
Mas vamos ao que interessa: em Junho de 2009 os Eels, do multi-instrumentalista Mark Oliver Everett - mais conhecido por E -, lançaram Hombre Lobo, o sétimo álbum da sua carreira.
Sempre separados da cena mais comercial da música norte-americana, os Eels apresentaram no ano passado o muito elogiado Hombre Lobo que ganhou destaque em algumas listas de melhores de 2009. E não é para menos, este álbum conseguiu entrar em vários tops mundiais como o dos E.U.A., de vários países europeus e no Australiano. Um álbum com espírito rock muito clássico, que vive muito mais do blues-rock de Dylan ou de Waits do que outros álbuns da banda que tiveram um sucesso assinalável na década de 90.
Com o passar do tempo os Eels, com o seu rock independente, passaram de uma banda de grandes públicos para um culto de fãs que nunca os abandonaram. Hombre Lobo 12 Songs Of Desire é um disco conceptual. Como o próprio nome indica são 12 canções sobre o desejo, navegando pelo incontornável tema 'o amor', e todas as matérias que giram à sua volta.
Este disco mostra que, apesar de cada vez mais se afastar das lides de estrela rock - como o próprio assume-, Everett é capaz de dar uma roupagem actual ao rock que as suas influências, acima referidas, criam desde 1960/70. O músico segue as pisadas dos seus "mestres" com a sua atitude e frequência na edição e lançamento de trabalhos. No entanto, os seu 46 anos de idade ainda lhe permitem, com alguma atenção, chegar a públicos mais jovens. Afinal o seu trabalho é muitas vezes requisitado para bandas sonoras de muitos filmes.
Hombre Lobo é um álbum de contrastes. Este registo pode ser facilmente dividido em dois, por um lado temos o rock aguerrido de "Lilac Breeze", "Fresh Blood" ou "What's A Fella Gotta Do", e por outro a melancolia de "In My Dreams", "My Timing Is Off" ou "Ordinary Man". Aliás, esta melancolia é a matéria do novo dos Eels, End Times.
Este será, com toda a certeza, o melhor álbum dos Eels desde o início deste novo século. Tardou mas chegou... Finalmente, um álbum à altura de Electro-Shock Blues (1998).
Carlos Montês

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