terça-feira, janeiro 26, 2010

A Análise: Marilyn Manson - "The High End Of Low"

Depois de ter sido violentamente criticado por Trent Reznor [o homem que o lançou] Marilyn Manson e os seus comparsas lançaram The High End Of Low, um regresso em grande para a banda norte-americana.
Depois da tentativa de reinventar o seu som em Eat Me, Drink Me, tentativa que foi conseguida mas não correspondeu em termos de vendas e aceitação por parte do público, os Marilyn Manson regressam para a tão esperada reconciliação. O primeiro sinal de que se aproximava um possível regresso ao passado foi dado em Março do ano passado. "We're From America" podia muito bem ter sido incluída em álbuns como Antichrist Superstar, Mechanical Animals ou Holy Wood, mas ainda assim não convencia os fãs da banda que não sabiam o que esperar deste disco. Dois dias antes do disco sair para as lojas entrava em rotação nas rádios "Arma-Goddamn-Motherfuckin-Geddon", mais um dardo tranquilizante em relação ao novo disco dos Manson. Pelo meio ainda aconteceu o regresso de Twiggy Ramirez, que na sua segunda encarnação da banda assume o papel de guitarrista, para tranquilizar ainda mais os fãs dos Manson.
Apesar não ser a imagem que passa para os media, Marilyn Manson, e neste momento falo do líder da banda, é um dos mais brilhantes músicos e compositores dos últimos 15 anos. Como tal, Brian Warner sentiu, a certa altura na sua carreira, a necessidade de renovar o som da sua banda. Estes Marilyn Manson já não são os mesmos que gravaram os sucessos Antichrist Superstar, Mechanical Animals e Holy Wood e isso resulta, para além da saída de músicos como John 5, do crescimento de Manson enquanto compositor.
The High End Of Low é, acima de tudo, um disco inteligente. A sonoridade mais introspectiva de Eat Me, Drink Me não foi colocada na gaveta, ao invés disso foi misturada com temas que não entram em tão violenta colisão com o passado da banda. Se é verdade que este disco tem "We're From America", "Arma-Goddamn-Motherfuckin-Geddon" e "Pretty As A Swastika", também, há que reparar em temas bem mais calmos e intimistas como "Devour", "Leave a Scar" e "Running To The Edge Of The World", o terceiro single de The High End Of Low.
O objectivo a que a banda se propunha neste disco foi atingido: Manson continua a experimentar novas abordagens, mas consegue ao mesmo tempo manter a base de fãs dos Marilyn Manson. O líder da banda, que já fala em novo disco, já deu pistas no sentido em que o próximo disco será mais romântico e masoquista, mas a verdade é que The High End Of Low veio deixar tudo em aberto.
André Beda

Em 2009 Marilyn Manson, ou melhor Brian Hugh Warner - que é conhecido no mundo da música como o "Anticristo"-, regressou à boa forma.

2007 foi o ano de Eat Me, Drink Me, disco em que o músico perdeu a credebilidade e o sucesso angariado entre os anos 1996 e 2003 - período auspicioso com os álbuns Antichrist Superstar (1996), Mechanical Animals (1998), Holy Wood (In The Shadow Of The Valley Of Death) (2000) e The Golden Age Of Grotesque (2003) -, que lhe trouxeram o êxito mundial depois do despego a Trent Reznor dos Nine Inch Nails.

Marilyn Manson parecia estar fora do seu tempo para o público e imprensa, o que fez com que a tarefa de recuperar o sucesso fosse dificultada. A ânsia de voltar a ouvir músicas como "The Beautiful People", "The Dope Show", "I Don't Like The Drugs (But The Drugs Like Me)", "Rock Is Dead", "Disposable Teens", "The Nobodies" ou "This Is the New Shit" era muita e tudo indicava que tal não aconteceria.

Em Março do ano passado, "We're From America", o primeiro single do novo álbum de Manson, fora disponibilizado no seu site oficial e surgiram, desde logo, vozes a afirmar que os Marilyn Manson estavam de volta. Dois meses depois The High End Of Low - o álbum - saiu para o mercado e confirmaram-se tais prenúncios.

Apesar deste novo álbum ser muito menos industrial que discos anteriores, os Manson apresentam um (novo) rock muito próprio merecedor de atenção. O sétimo disco da sua carreira é mais "low" do que "high", permeado com algumas músicas poderosas ["Pretty As A Swastika", "Arma-Goddamn-Motherfuckin-Geddon", "Blank And White" e "We're From America"].

The High End Of Low é mais melódico do que possa parecer à primeira vista; num total de 15 músicas 7 são claramente mais "suaves". No entanto, não é este facto que faz deste trabalho um mau disco, muito pelo contrário, faixas como "Devour", "Leave A Scar", "Four Rusted Horses", "Running To The Edge Of The World" e "Into The Fire" mostram que a veia mais romântica e mais harmoniosa de Manson é capaz de criar um bom álbum, não limitando-se a lançar bombas industriais como outrora fez.

Com este álbum é difícil de antever cenários quanto às sonoridades futuras da banda mas este registo dá sinais positivos quanto à viragem musical dos Marilyn Manson, ao contrário da tentativa fracassada de Eat Me, Drink Me. Nota ainda para o regresso de Twiggy Ramirez.

Carlos Montês

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