domingo, janeiro 24, 2010

A Análise: Dinosaur Jr. - "Farm"

A formação inicial dos Dinosaur Jr. voltou a juntar-se em 2005 para gravar um disco, algo que não acontecia desde 1988, e lançar em 2007 Beyond. Dois anos depois surge o sucessor, Farm, um dos discos mais bem sucedidos da banda de J Mascis, Lou Barlow e Murph.
Conhecidos por muito boa gente como "pais do grunge" ou "discípulos dos Sonic Youth", os Dinosaur Jr. conseguem com Farm chamar a atenção das gerações mais recentes de melómanos. Algo mais que visível se compararmos a recepção deste álbum com a recepção do seu antecessor em Portugal. Farm conseguiu muitos mais elogios e atenção que Beyond, um álbum que em qualidade nada difere em relação ao seu antecessor.
Embora não tenham diferenças ao nível da qualidade, Farm e Beyond são álbuns muito diferentes. Conhecidos por serem "a banda dos mil solos", os Dinosaur Jr. fazem valer o estatuto em Beyond, um álbum sujo e recheado de solos e guitarradas. Já em Farm podemos encontrar, para além de solos e guitarradas algo mais, como faixas [ainda mais] melancólicas e depressivas, a lembrar o início de carreira da banda. Falo pois das introspectivas "Plans" e "See You". Embora com um som um pouco menos sujo que noutros trabalhos, os Dinosaur Jr. não escondem a matéria da qual são feitos, riffs, solos e as melancólicas vozes de Mascis e Barlow, em faixas como "Piecies", "Your Weather" e "Friends".
A maior visibilidade da qual este disco gozou, jogou claramente a seu favor. Farm é o disco dos Dinosaur Jr. que recebeu mais críticas positivas por parte da imprensa e o que entrou em mais listas de melhores do ano em que foi editado. Algo que mostra bem o estatuto que uma das bandas mais injustiçadas da década de 90 tem actualmente, depois de mais de 25 anos de carreira. Cedo ou tarde, diz-se que o reconhecimento há de chegar e no caso da banda do estado do Massachusetts demorou 25 anos a chegar. Tardou, mas chegou.
André Beda

Depois do grande regresso com Beyond (2007), após uma longa pausa de 1997 a 2005, 2009 é o ano em que os Dinosaur Jr. lançam um dos melhores discos da sua carreira. E não foi preciso esperar muito tempo para esse reconhecimento pós lançamento do último álbum.

Farm, nome do nono álbum da carreira dos Dinosaur Jr., recupera os tempos áureos que o conjunto de Massachusetts viveu desde a estreia em 1985, com Dinosaur, até ao álbum Where You Been, de 1993 - a partir daí a sua energia e robustez musical desceu a níveis muito baixos que fizeram com que, e juntamente com alguns desentendimentos pessoais dentro da banda, se separassem em 1997.

Lançado a meio do ano, Farm foi, desde muito cedo, aplaudido pelo público, recebendo ainda muitas críticas positivas por parte dos jornalistas das maiores revistas musicais do mundo. Isto fez com que este álbum se afirmasse rapidamente como um dos melhores do ano.

Com produção a cargo de J Mascis, guitarrista da banda, este último trabalho do grupo, é farto em solos de guitarra, inclinando-se muito para o hard-rock dos anos oitenta. No entanto, e para quem conhece a carreira da banda, as sonoridades dos Dinosaur são muito mais alternativas que o som característico do hard-rock, incutido-lhes um som muito mais indie e underground do que aquele que saiu, outrora, de bandas como Deep Purple, Guns N' Roses ou Def Leppard.

Num álbum quase irrepreensível, é notória uma maior harmonia e evolução do trio neste segundo álbum pós-reunião. Músicas como: "Pieces", "I Want You To Know", "Your Weather", "Over It", "Friends", "There's No Here", "See You" ou "I Don't Wanna Go There" fazem-nos recuar de forma saudosista mas aprazível às peremptórias canções que fizeram dos Dinosuar Jr. uma das bandas de culto a nível mundial.

Está aqui o capítulo que dá continuidade ao enorme sucesso que foi Where You Been (1993). Esperemos que não seja o último.

Carlos Montês

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