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Apesar de não ser grande desculpa, afirmo, em minha defesa, que este Spiral Shadow ecoou mais na imprensa que o seu sucessor, algo perfeitamente compreensível. Apesar dos cinco álbuns já lançados, pode-se dizer que os Kylesa são uma banda recente que completou o seu décimo aniversário precisamente este ano. Por alturas do primeiro disco a formula era algo arriscada: misturar a base do sludge com elementos de rock psicadélico e vocalizações com um pitada de crust. Saber esperar é uma virtude e, com a ascenção deste tipo de sonoridade à popularidade com bandas como Mastodon, High On Fire e Torche, chegou o momento dourado dos Kylesa. E não se trata de uma força de expressão, pois se dissermos que o consenso deste Spiral Shadow foi universal, não andaremos muito longe da verdade.
O disco, em si, é uma linha (nivelada por cima, entenda-se) sem grandes altos e baixos, o que o torna no lançamento mais coeso da carreira dos Kylesa. Refira-se que desde 2006 os Kylesa contam com duas baterias quer em palco, quer em estúdio, o que dá toda uma dimensão superior à percussão na sua música. Apesar do peso das baterias, há momentos mais atmosféricos neste disco, tais como "To Forget" e "Distance Closing In", onde as guitarras melódicas e as vozes de Phillip Cope e Laura Plesants criam um ambiente menos caótico do que no início do álbum.
Apesar do período próspero que o sludge atravessa ter os dias contados, como tudo na música, os Kylesa são uma certeza do futuro, uma das bandas que daqui a 20 anos ainda serão lembradas pelos estudioso da música.
André Beda
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