Quando, em 2007, afirmei que Blackbird era um dos melhores discos de hard rock em muito tempo não faltou quem risse na minha cara. Esta afirmação veio a tornar-se numa das poucas coisas certas que disse aos 16/17 anos. Desde aí a banda foi capa de diversas revistas de rock e sobre guitarras, o solo de "Blackbird" (tocado a meias entre os guitarristas da banda) foi considerado o melhor de todos os tempos para a revista Guitarist e tornou-se numa das bandas com melhor reputação ao vivo. Myles Kennedy e Mark Tremonti até apareceram na capa da revista Total Guitar como salvadores dos riffs e solos.
Não querendo menorizar os outros membros, os Alter Bridge, em termos criativos, vivem praticamente à volta deste eixo Kennedy-Tremonti, dois guitarristas exímios que têm assente o som dos Alter Bridge na sua qualidade como músicos. Isto explica a diference abismal entre One Day Remains (2004), em que Kenndy apenas cantou, e Blackbird (2007), onde já tocou guitarra e escreveu os temas em conjunto com Tremonti.
Neste AB III, nota-se uma vontade de quebrar mais umas quantas barreiras: riffs atrevidos em "Isolation", "Still Remains" e "I Know It Hurts" e uma abordagem completamente nova no tema de abertura "Slip To The Void". Mas, claro, os Alter Bridge ainda não tiveram a coragem de fazer um disco sem uma balada ou um tema que lhes abra as portas ao air-play massivo, por isso temos "Ghost Of Days Gone By" a cumprir essa função. Aqui reside, possivelmente, o maior senão da banda: querer agradar ao público rockeiro, mas não só. Depois vão aparecendo temas muito fora do contexto do disco como "Wonderful Life".
Para terminar, reafirmo que AB III não é Blackbird, esse sim, o canto de cisne dos Alter Bridge, mas não deixa de ser um grande disco de rock. Daqui vão saltar, directamente para cima do palco, mais uns 7/8 temas.
André Beda
eu aprovo esses comentarios e assino em baixo
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