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À terceira tentativa os canadianos
The Besnard Lakes continuam a mostrar que são uma das propostas mais deliciosas da actualidade. Embora sem muita repercussões no público, a imprensa cada vez mais se rende à banda canadiana. Uma banda que vive nos ambientes que andam sempre de mãos dadas:
shoegaze,
rock psicadélico,
rock progressivo e um toque de
post-rock.
Este disco começa logo com uma música dividida em duas partes,
"Like The Ocean, Like The Innocent". Aqui a primeira parte (
"The Ocean") é uma introdução de psicadelismo para um rasgar das guitarras na segunda parte, em mais de sete minutos (
"The Innocent"). Segue-se
"Chicago Train" que abraça alguma
folk com violinos e tons épicos no início para desaguar no 'truque' do álbum - que vem a ser o formato habitual das canções do disco -, mais força
rock distorcida e psicadélica no final. A tentativa de criar um canal sonoro intenso, de viagem para o ouvinte, é uma das forças do disco, que também vive e convive bem com as vozes femininas em combate com as masculinas.
"Albatross" é o centro do disco e a mais bem conseguida, com espaço ainda para alguns sintetizadores. As influências de
My Bloody Valentine são óbvias, mas a banda adiciona a esse universo algo mais: torna-se mais calma, em tom de música ambiente quase. A orquestração que havia antes foi deixada de lado, os falsetes continuam para nossa alegria, e o formato banda torna-se evidente. De duo passaram para quarteto neste terceiro disco e querem-se tornar épicos. Tudo para ouvir calmamente em casa, num álbum envolvente e sedutor.
Carlos Montês
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