sábado, dezembro 10, 2011

A Análise: The Brian Jonestown Massacre - "Who Killed Sgt. Pepper?"

Este é provavelmente um dos discos mais perturbadores, estranhos, bizarros, e outros adjectivos equivalentes a estes, que ouvi no ano passado. Who Killed Sgt. Pepper? é a minha primeira incursão pelo universo The Brian Jonestown Massacre; mal o acabei de ouvir assim fiquei rendido. Logo para começar este já o décimo segundo da discografia dos norte-americanos. Se pensarmos que a banda começa a carreira em 90, isto dá uma média de mais de um álbum por ano! Uma carreira que prima por criar música, e isso nota-se neste disco.
Olhemos então para o disco: de notar que isto não é uma banda de rock convencional. Certamente que para os lados da Europa este não será dos nomes mais sonantes do rock, mas isso também prende-se pelo facto da banda se aproximar a muitos géneros sem se chegar a colar a um só. Ora é rock psicadélico, ora é indie rock, ora é shoegaze, ora post-punk, ora é folk, ora é experimental, ora country... - uma confusão dos diabos. No entanto esta confusão é onde reside a beleza deste disco, nada formatado e cheio de camadas. Depois há ainda uma amalgama de instrumentos e sons electrónicos que criam essas camadas e mais camadas de peso sonoro que envolve todo o disco. A destacar há a utilização do islandês no disco.
A tentativa que chamar novamente ao mundo da música o 'proto-prog' Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band dos Beatles é óbvia - lê-se no título. A banda tenta colocar num disco só a música do mundo! O resultado é conseguido dentro da medida da banda e a consequência disso são músicas rock com vontade de libertação e com direcção para a pista - não na pista de dança normal, mas sim para as tribos e para o próprio mundo. Uma viagem alucinante e com uma paisagem sonora gigante. Para comprovar é só ouvir as distintas, dispersas e esquizofrénicas: "Tempo 116.7 (Reaching For Dangerous Levels Of Sobriety)", "Þungur Hnífur", "Lets Go Fucking Mental", "This Is The One Thing We Did Not Want To Have Happen", "The One" ou "Super Fucked". É normal que para um melómano isto seja um pequeno oásis por descobrir, mas para o ouvinte menos dedicado certamente que as sensações que este disco passam não lhe serão indiferentes.
Carlos Montês

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