Klang é mais um dos exemplos que mostra que nem sempre a electrónica é o melhor caminho a seguir para ter um som mais "à frente".
Ao terceiro álbum os The Rakes camuflaram o post-punk (e o dance-punk) que reviveram nos álbuns Capture/Release (2005) e Ten New Messages (2007) e lançaram-se de cabeça para o inevitável indie rock britânico. A banda viajou até à Alemanha para gravar este novo trabalho porque, segundo a própria, "a cena musical de Londres é muito monótona, é como vaguear através de um pântano de merda" e "só queríamos estar num lugar mais inspirador"; daí o nome Klang, de origem alemã, que significa o mesmo que som. A avaliar pela crítica musical, a viagem até Berlim permitiu a Klang ser o mais consistente álbum da carreira dos londrinos Rakes. Para este novo álbum o quarteto convidou para estúdio Chris Ketley que, para além de ajudar com mais uma guitarra, encarrega-se do piano. Esta inclusão do piano permitiu alargar horizontes às músicas "Woes Of The Working Woman" e "Muller's Ratchet", liderando as lides musicais destas duas canções. Num registo em que as faixas nunca ultrapassam muito os três minutos de duração, este disco revela-se de fácil digestão. O baixo tem um trabalho distinto em faixas como "Bitchin' In The Kitchin'", "The Light From Your Mac" e "The Final Hill", algo que não é muito explorado pela maioria das bandas de indie rock, que normalmente estão mais preocupadas em criar riffs pegadiços, elásticos e angulares, como os de "You're In It" ou "Shackleton".
O álbum foi lançado em Março tendo sido editados dois singles, as viciantes "1989" e "That's The Reason". Sete meses depois a banda alega, em comunicado, que os elementos do grupo já não estavam a 100% na sua própria música, terminando assim a carreira dos The Rakes. Apesar de tudo, um fim risonho com o seu melhor álbum de sempre editado.
Carlos Montês
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