quinta-feira, janeiro 21, 2010

A Análise: Placebo - "Battle For The Sun"

Sejamos directos: Battle For The Sun é o álbum em que os Placebo deixam de seguir caminhos mais experimentais e dão aos fãs um álbum que tem tudo a ver com o início de carreira da banda, um início de carreira no qual os Placebo foram um autêntico fenómeno de popularidade.
Para começar, há que dar uma palavra de reconhecimento ao trabalho do novo baterista da banda. Steve Forrest entrou para os Placebo em 2008 com o pesado fardo de fazer esquecer Steve Hewitt. É verdade que a recuperação da sonoridade dos primeiros álbuns da banda ajudou, e muito, mas poucos serão os que têm saudades de Steve Hewitt.
Battle For The Sun foi descrito pelo próprio Brian Molko desta forma: "Isto não é Hard-Rock, nem Pop-Rock, é provavelmente um Hard-Pop". Possivelmente, em nenhuma apreciação de publicações internacionais encontraremos um termo que descreva tão bem o novo álbum dos Placebo: Hard-Pop. A fazer contraste ao último registo da banda, Meds de 2006, Battle For The Sun é um álbum bem mais pesado. Este facto deve-se essencialmente à componente electrónica mais disfarçada presente neste trabalho, o que o torna em certos momentos "mais hard" que os primeiros álbuns dos Placebo, como certamente Brian Molko diria.
Com a ajuda da primeira música lançada, ainda antes da saída do álbum,"Battle For The Sun" e do super-single "For What Is Worth", Battle For The Sun teve um desempenho acima da média, para uma banda como os Placebo: atingiu o primeiro lugar no top de vendas em França, na Alemanha, na Bélgica, na Suíça e na Áustria, tendo ainda conseguido excelentes vendas na Finlândia, Holanda, Espanha e Portugal, onde de resto atingiu o quarto lugar, o que só vem provar que a banda britânica ainda conta com uma enorme base de fãs no nosso país.
Battle Fot The Sun foi um álbum pensado para que os Placebo recuperassem a influência que um dia já tiveram. Missão cumprida portanto, mas a que preço? Será que os Placebo estarão mesmo dispostos a abdicar de uma via mais experimental a troco de mais discos vendidos? Para já, parece-me óbvio que Battle For The Sun é um bom álbum, se é esta a linha que os Placebo irão seguir não sei, afinal nunca se sabe bem o que esperar de um álbum dos Placebo.
André Beda

Em 2006 os Placebo tinham apresentado Meds, álbum que apenas se aguentou à custa da altamente rodada "Song To Say Goodbye". No entanto, e como foi evidente, muitos fãs da banda mostraram, nessa altura, uma enorme saudade dos Placebo de Without You I'm Nothing (1998), Black Market Music (2000) ou de Sleeping With Ghosts (2003).
Já em 2008, dois anos após Meds, a banda de Brian Molko e de Stefan Olsdal viu o seu melhor baterista de sempre, Steve Hewitt, a sair do conjunto inglês, devido a "diferenças pessoais e musicais" e recrutaram para a bateria o jovem Steve Forrest, de apenas 23 anos, que vindo de uma banda de punk rock de nome Evaline, segurou as percussões do álbum que, no ano seguinte, devolveria aos fãs incondicionais da banda o fulgor sentido no final da década de 90 até meio da década dos zeros.
2009 deu lugar ao lançamento de Battle For The Sun, o sexto álbum dos Placebo, que, com a viciante "Battle For The Sun" como aperitivo, reavivou os momentos mais áureos do grupo. Seguiu-se o single "For What It's Worth" e, já com o álbum lançado, estava confirmado o regresso em grande dos Placebo.
Battle For The Sun dividiu a imprensa musical, mas não deixaram de ser agradáveis algumas das apreciações ao novo álbum dos Placebo. É notoriamente mais pesado do que já fizeram antes e a electrónica ficou para segundo plano, não que isso seja bom sinal por si só. Nota-se cuidado com os pormenores: pianos, violinos, vozes femininas,... mas a pop que eventualmente possa ser mostrada é claramente consumida pelo o espírito alternativo da banda; o seu historial desde sempre mostrou isso.
A banda de Brian Molko regressou, em 2009, de cara lavada, com um álbum que devolveu aos fãs aquilo que queriam desde 2003 e mostra ainda uns novos Placebo. As linhas para aquilo que será o futuro da banda estão aqui lançadas e aquisição do novo e jovem baterista Forrest só uniu ainda mais o conjunto britânico.
Afastada dos ouvidos de alguns rockers de ouvidos mais duros - eles sabem do que falo - os Placebo são claramente um caso de sucesso e conseguiram ultrapassar a fase de Meds que abanou com o sucesso e a estrutura da banda. Teste passado.
Carlos Montês

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