quarta-feira, agosto 01, 2012

Ruído Alternativo: Epílogo


Há cerca de quatro anos iniciámos esta aventura pelos estúdios da Rádio Cartaxo. Desde sempre que fomos bem recebidos pela direcção e pelos colaboradores da rádio de forma a que pudéssemos realizar este programa semanal de cerca de duas horas.
No Ruído Alternativo tentámos dar a conhecer toda a melhor música do universo rock - do metal ao indie, do industrial ao progressivo, do punk ao alternativo... Desde 6 de Setembro de 2008 (o dia da primeira emissão do programa) que demos voz e espaço ao rock. De forma a divulgar este grande género, ao longo deste período houve lugar a nova música, aos clássicos, aos concertos, às actualidades, a entrevistas, a reviews, à música nacional, a emissão temáticas, entre outros. Ao longo de 4 anos foram 184 as emissões que passaram pela Rádio Cartaxo para todo mundo!

Os Números

184 Programas

4764 Músicas:
- 3472 internacionais
-- 3333 não repetidas
-- 139 repetidas
- 1292 nacionais
-- 1203 não repetidas
-- 89 repetidas

73% de música internacional
27% de música nacional

1242 Bandas/Artistas:
- 910 internacionais
- 332 nacionais

Actualizado a:
1 de Agosto de 2012 - 21h30m

Orgulhamo-nos de ter tido cerca de 10 horas semanais dedicadas ao rock na Rádio Cartaxo. Para além do Ruído Alternativo, tivemos ainda a nosso cargo o programa Fora D'Horas, com 60 emissões, de duas horas cada, entre 10 de Janeiro e 2 de Agosto de 2009, onde apresentamos bandas de garagem e divulgámos o movimento underground português.
Entrevistámos alguns dos maiores nomes do rock nacional: Fonzie, Bunnyranch, Born A Lion, The Legendary Tigerman, Sean Riley & The Slowriders, Blind Zero, Bizarra Locomotiva e Black Bombaim. Demos voz ao rock do concelho do Cartaxo e do Ribatejo. Apoiámos e estivemos ao lado dos Defying Control, Strap 58, Smashed Head, Dream Circus e Vulture.
Divulgamos e apoiámos os eventos nacionais, regionais e locais, dando suporte às associações Música Velha e Kopophonia. Estivemos ao lado do Centro Cultural do Cartaxo e da sua programação dedicada ao rock e à música urbana, com Marco Guerra e Carlos Ouro. Iniciámos, quase por pura diversão, as nossas aventuras por detrás de uma mesa de som em bares e eventos do Ribatejo.
Tivemos reconhecimento por parte dos nossos pares: a equipa Fogo No Gelo da Rádio 100. O site Cotonete elegeu o nosso blog como "Blog da Semana" entre 10 e 17 de Fevereiro de 2010.
Colaborou connosco Bárbara Pereira, uma apaixonada pela música e habitante no Cartaxo. Também César Fernandes (Rock da Velha Produções) colaborou connosco desde cedo, sendo inclusivamente parte da organização do Festival Ruído Alternativo .
Fomos convidados para júri de um concurso de bandas no Cartaxo, por duas ocasiões, no Garage Sound Fest, a 7 de Setembro de 2011 e em Julho de 2012.
Iniciámos uma rubrica de opinião sobre música no jornal local, O Povo do Cartaxo, a 18 de Novembro de 2010 no qual fizemos 41 artigos.
E, para nosso rejubilo, conseguimos realizar um festival no Cartaxo a 2 de Julho de 2011. O Festival Ruído Alternativo com W.A.K.O., Dream Circus, Smashed Head e Strap 58, com uma boa adesão por parte do público local.
Aproveitamos ainda este momento da despedida para agradecer às seguintes pessoas/entidades, sem as quais estes quatro anos de aventura não seriam possíveis: a Joaquim Palmela (director de antena) e a todos os elementos, colaboradores e direcção da Rádio Cartaxo; a Jorge Eusébio (director do jornal O Povo Do Cartaxo), César Fernandes (do Rock da Velha Produções), Bárbara Pereira, Vasco Casimiro (blogger/coordenador da JS Cartaxo), Kopophonia e a toda a associação, Paulo Varanda (actual Presidente da Câmara Municipal do Cartaxo), a todos os bares que nos receberam enquanto DJs, a todas as bandas com as quais pudemos confraternizar e que nos forneceram material, aos nossos amigos, fãs e colaboradores de primeira hora João Félix, Bruno Roque, Sara Fajardo, Marisa Caria, Raquel Matos, Eugénio Montês, Sónia Montês, João Silva, João Ouro, André Oliveira, Sara Farracha, André Monteiro, a todos os nossos ouvintes e a todos aqueles que não constam nesta lista por lapso nosso, O NOSSO MUITO OBRIGADO!

Para nota final, resta-nos afirmar que a opção de terminar o programa de rádio é totalmente da nossa responsabilidade e nossa decisão. Pretendemos iniciar um novo ciclo e não deixaremos morrer todo o projecto. Ainda não sabemos de que forma o faremos, mas brevemente daremos novidades!

Este blog ficará activo bem como o Facebook, o Twitter, o Youtube e o nosso e-mail. Sítios onde poderão continuar a acompanhar as novidades do Ruído Alternativo e da equipa formada por André Beda e Carlos Montês.

Não nos vamos desligar da música, fiquem atentos às redes sociais!
Até Breve e Boas Audições!
A equipa,
Ruído Alternativo
André Beda e Carlos Montês

Ruído Alternativo N'"O Povo Do Cartaxo" - Epílogo

Foi a 19 de Novembro de 2010 que iniciámos a nossa aventura pelo jornal local O Povo Do Cartaxo. Pela nossa própria iniciativa desafiámo-nos a escrever quinzenalmente sobre música para esta publicação. Foram 20 artigos para cada um dos elementos da equipa do Ruído Alternativo, sempre bem recebidos pelo director do jornal Jorge Eusébio.
Ao longo de quase dois anos, cada um dos membros do Ruído Alternativo, André Beda e Carlos Montês, construíram um espaço de opinião onde tentaram demonstrar os seus pontos de vista sobre toda a indústria e actualidade musical. Podemos dar asas ao nosso sentido crítico (e até jornalístico, com a cedência de algumas entrevistas e notícias sobre música e eventos) e ainda explorar novos campos de divulgação de conteúdos musicais não só restringidos ao rock.
Em baixo deixamos o último artigo que produzimos para O Povo Do Cartaxo que foi para as bancas no dia 20 de Julho. O texto número 41, divido por André Beda e Carlos Montês, em sinal de despedida:
Até Breve E Boas Audições
Num país no qual se dá pouco valor à cultura, pode parecer idiota querer viver da música ou da escrita sobre ela.
Não digo que não. Está tudo certo com esse raciocínio e a vida real encarrega-se de o comprovar. Aliás, no meio de toda esta história essa é a única componente racional. Gostar de música não é, de facto, algo fácil de se explicar, dando alguma razão ao velho ditado “gostos não se discutem”. Na verdade discutem-se e é saudável que isso aconteça! Caso contrário este espaço do jornal O Povo do Cartaxo, que agora chega ao fim, nunca teria chegado a existir. De qualquer forma, não é fácil descrever as sensações que Roger Waters ao vivo em Berlim, o segundo disco dos Down e o documentário “Such Hawks Such Hounds” despertam nas minhas componentes psíquicas e até físicas. Ainda mais difícil de explicar é a necessidade de procurar mais música nova, especialmente quando a que tenho guardada no disco externo já deve chegar para sonorizar uma mão cheia de décadas.
Até consigo organizar as etapas para o desenvolvimento desta paixão pela música de forma cronológica: desde que comecei a ouvir rádio e a descobrir música para além daquela a que todos têm acesso, passando pelos primeiros concertos e por um mítico e-mail enviado a uma certa estação de rádio, até à concretização deste espaço ou do ansiado curso de jornalismo e crítica musical. A verdade é que hoje, quatro anos depois do tal e-mail, cada vez gosto mais do que faço na área da música, embora apenas o faça por pura carolice. E tenho consciência que há fortes possibilidades de nunca passar disso mesmo: carolice. O certo é que enquanto me der gozo ouvir música e pensa-la, vou fazê-lo com todo o gosto. Concluindo e adaptando uma frase do treinador de futebol Fernando Santos: “o que é que querem pá? Gosto de música!”.
por André Beda
Lembro-me vagamente como apaixonei pela música. Nos meus idos 14 anos, no esplendor da minha adolescência salpicada por algumas borbulhas, ouvi, por pura curiosidade, o disco “Toxicity” dos System Of A Down. Através do meu irmão mais velho, tinha lá por casa este álbum, gravado num CD escrito a tinta de acetato, e decidi ouvi-lo numa pequena aparelhagem que ainda tenho. Foi com aquele álbum de música que revia todas as “revoltas”, as “angústias” e as “amarguras” (tudo com muitas aspas) daquela minha idade. Foi com aquele álbum que me revi e apaixonei pela música. No entanto, aquele momento, aquele clique, já há muito que se fazia aguardar. Já tinha começado, cerca de dois anos antes, a gravar a música da rádio – a música da moda na altura – em cassetes velhas que os meus pais não ouviam no carro. Pegava em bocados de fita-cola, colocava-os nas cassetes de ‘Quins Barreiros’, ‘Tonys Carreiras’ e outras coisas do arco-da-velha, e lá me divertia a ouvir as músicas com as quais me identificava muito antes de as conseguir apreciar condignamente.
Hoje tenho quase 22 anos, e com o meu colega e grande amigo André Beda, estou prestes a terminar um projecto ambicioso (dentro dos nossos poderes e limites criativos actuais). O Ruído Alternativo foi um laboratório para as nossas experiências enquanto radialistas (Rádio Cartaxo), enquanto escritores/críticos/jornalistas musicais (O Povo Do Cartaxo/Blog), enquanto organizadores de eventos (festival/DJs) e, acima de tudo, como amantes de música – quer seja ela rock, pop, metal, hip hop, fado ou coisa que o valha. Um projecto ao qual agradeço a todos os que me apoiaram e ajudaram a desenvolver (infelizmente não consigo enumerar todos os nomes aqui). Um projecto do qual apenas irei guardar uma mágoa: saber de antemão que a cultura é um parente menor de todas as disciplinas em Portugal. Mas uma coisa é certa, tentarei contrariar e lutar contra essa ideia. Como desde de 6 de Setembro de 2008, no início do projecto Ruído Alternativo.
por Carlos Montês
Mais uma vez, deixamos aqui os nossos mais sinceros agradecimentos pela oportunidade que nos foi dada neste meio de comunicação.
Um especial agradecimento ao director Jorge Eusébio.
A equipa,
Ruído Alternativo