sábado, junho 29, 2019

Antevisão/Destaques: Programa 424

1ª parte:

(1994) Pavement - Crooked Rain, Crooked Rain

A última década do século XX foi pródiga para o rock alternativo, independente e underground. Já muitos saberão que a plasticidade e a música sintetizada foi substituída por um rock despretensioso, com epicentro em Seattle, mas nem só do grunge viveu esta década. Aliás, três anos depois da sua explosão, em 1991, já este começava a cair no que diz respeito à popularidade mundial que conseguiu arrecadar. Entre fenómenos que foram surgindo, destaca-se a aposta de novas editoras independentes num rock com memória a Velvet Underground, entre tantos outros actos mais independentes desde que o rock nasceu. Falo dos Pavement, banda que arranca a sua carreira com um EP (Slay Tracks) que muita expectativa trouxe e que transformou o grupo num culto underground norte-americano e europeu, com um som com referências aos Fall e exploratório e punk rock quanto baste. Foi uma ainda jovem Matador Records que colocou os primeiros longas-durações dos Pavement cá fora, mas antes havia sido uma outra editora a olhar para o seu potencial (hoje também um marca do rock independente e alternativo mundiais), a Drag City. E foi com segundo álbum de originais, Crooked Rain, Crooked Rain, que a banda esteve mais perto da piscina dos grandes - com a uma mudança de som, para um rock mais clássico e não tão expansivo; porém, a sua identidade estava bem demarcada. Os Pavement atreveram-se ainda a meter-se com os grandes de então - que o diga Billy Corgan dos Smashing Pumpkins - e, acima de tudo, a sua música envelheceu bem(!) pois nunca foi de massas e, mesmo sem longos períodos de actividade, consegue parecer - digamos... - fresca. 2020 vai dar lugar a um novo regresso do grupo, uma das grandes bandeiras do indie rock quando o termo ainda nem era um género musical catalogável. Sejam bem-vindos de novo.

CM

2ª parte:

(1989) Pixies - Doolittle

No final de 1988, depois de um álbum de estreia produzido por Steve Albini, os Pixies entraram em estúdio com Gil Norton, numa combinação que se viria a revelar explosiva. Norton acertou em trazer "Here Comes Your Man" para o disco, uma canção escrita por Black Francis aos 14 anos, pela qual a banda sentia uma enorme vergonha, e que tornar-se-ia na mais reconhecida canção dos Pixies. No entanto, as sessões de gravação tinham colocado o grupo e o produtor em campos opostos: de um lado uma banda que queria manter-se fiel ao seu som sujo e no outro Gil Norton a puxá-los para o campo do mainstream. O resultado final, Doolittle, acabou por ficar na história como o maior sucesso do quarteto de Boston, colocando os Pixies na rota das rádios e da MTV - sem ele seriam, sem sombra de dúvida, uma banda bem menos conhecida. Por outro lado, pode-se também dizer que foi o princípio do fim do grupo, com a tensão em estúdio a ser transportada para os palcos, algo que ditaria o seu fim em 1993. Os Pixies voltariam a reunir-se dez anos depois, mas Doolittle fica certamente na história como um daqueles discos que abriram caminho para a emancipação do rock alternativo nos anos '90.

AB

Ruído AlternativoDomingo22h-24h na Tejo FM (emissão online aqui).

quarta-feira, junho 26, 2019

Colecção RA: Pavement - "Crooked Rain, Crooked Rain" (1994) & Pixies - "Doolittle" (1989)

1ª parte:

Resvés Piscina dos Grandes (Mainstream)

Pavement

Em 2010 já tinha havido reunião - 11 anos depois de terem dado por terminada uma carreira de 10 anos (1989-1999)... e, 10 anos depois, é chegada a altura de um novo regresso. 2020 parece ainda longe, quando ainda falta qualquer coisa como meio ano, mas é já promissor para os fãs do rock independente da década de '90: os Pavement anunciaram uma terceira vida e marcaram, para já, dois concertos na Península Ibérica. Os Primavera do Porto e de Barcelona foram os primeiros festivais [locais] confirmados com concertos para os norte-americanos onde se espera uma revisitação de uma carreira com cinco álbuns. Senhores de um sólido percurso, desde o alvorar do seu primeiro trabalho, o EP Slay Tracks: 1933–1969 (1989), os Pavement são um dos nomes mais fortes que o underground norte-americano viu nascer no fim do século XX. Cimentaram as bases para o normativo e "novo" indie rock do século seguinte, com as suas pegadas a serem seguidas por nomes como Strokes ou Arctic Monkeys, por exemplo. Em 1994, ao segundo disco, Crooked Rain, Crooked Rain, estiveram a poucos passos de fazer sucesso no mainstream, mas isso não impediu o registo do seu lugar na história recente da música independente. Afinal, anunciam um novo regresso aos palcos com um ano de antecedência e muitas palavras já se escreveram e disseram a este propósito. Domingo, por aqui, revisitamos os seus primeiros anos de vida.

CM

2ª parte

À Beira da Explosão do Alternativo

Pixies

À porta dos anos 90, e da chegada do rock alternativo às grandes massas, estava uma banda de Boston. Os Pixies, empurrados pela revolução grunge, antes de fazerem sucesso na sua pátria, já exportavam o seu rock-ora-amargo-ora-doce para este lado do Atlântico. Depois de uma estreia com um Surfer Rosa, que mais tarde serviria como uma das bases dessa revolução, Doolittle trouxe-lhes as luzes da ribalta, com um single que ainda hoje faz parte das playlists das rádios, inclusive das portuguesas: "Here Comes Your Man". A música escrita por Black Francis na inocência dos seus 14 anos tornou-se na mais conhecida dos Pixies, muito contra a vontade de uma banda, embaraçada pela cheesyness da canção. Mas o grupo é bem mais que "Here Comes Your Man", é verdade, mas se um single pop foi o preço a pagar para que o quarteto chegasse aos nossos ouvidos, então valeu bem a pena! O grupo passa por Portugal em 2019, com um álbum novo no bolso, e Doolittle passa por cá no próximo Domingo em jeito de celebração dos 30 anos do disco 

AB

Ruído AlternativoDomingo22h-24h na Tejo FM (emissão online aqui).

sábado, junho 22, 2019

Antevisão/Destaques: Programa 423

Emissão Especial: Nova Música Portuguesa

1ª parte:

Bom Marido | The Walks
Yagmar | The Ramblers

2ª parte:

Cosmic Mass | Booby Trap
Xutos & Pontapés | Destroyers Of All

Ruído AlternativoDomingo22h-24h na Tejo FM (emissão online aqui).

sexta-feira, junho 21, 2019

Emissão Especial: Nova Música Portuguesa (2019/8)

  • Bluish
  • Bom Marido
  • Booby Trap
  • Cinemuerte
  • Cosmic Mass
  • Destroyers Of All
  • Gary Yamamoto E Saci Pererê
  • Handwrist
  • Humanart
  • Kiltër
  • M.E.D.O.
  • Mercic
  • Midpoint Union
  • Mr. Gallini
  • MUAY
  • Rackham
  • Shadowmare
  • The Ramblers
  • The Walks
  • Trauma Lips
  • Wipeout Beat
  • Xutos & Pontapés
  • Yagmar
Ruído AlternativoDomingo22h-24h na Tejo FM (emissão online aqui).

sábado, junho 15, 2019

sexta-feira, junho 14, 2019

Nota: Fuzzil e Vahlak tocam hoje, no Cartaxo


Fuzzil e Vahlak sobem hoje ao palco do Centro Cultural do Cartaxo, em mais um evento com a marca das Cartaxo Sessions, marcado para esta noite.

Os Fuzzil vêm de Alcobaça e trazem ao Cartaxo dois EPsBoiling Pot, a sua estreia lançada em 2015, e Molten π, de 2017, trabalho do qual foi retirado o single "Worms", para ver em baixo.

Já os Vahlak, banda do Cartaxo/Azambuja, trazem ao espaço cultural da cidade temas de um vindouro registo, tendo já apresentado alguns nas suas plataformas digitais.

O início dos concertos esta marcado para as 22h30, com todas as informações para consultar aqui.

quinta-feira, junho 13, 2019

Emissão Especial: João Ribas (1965-2014)

A próxima emissão do Ruído Alternativo está totalmente reservada à vida e obra de João Ribas, com uma entrevista a Paulo Antunes (realizador do documentário Um Punk Chamado Ribas) a pontuar esta nossa homenagem ao maior símbolo do punk nacional.

João Ribas morreu no dia 23 de Março de 2014, numa altura em que ainda não fazíamos emissões deste tipo nesta casa, mas, finalmente, é chegado o momento de fazer a devida vénia à obra deste músico.


João Ribas nasceu a 6 de Maio de 1965, em Lisboa, tendo perdido o pai com apenas 13 anos. No entanto, a sua mãe viria a ter um papel fundamental na cena punk nacional, sendo carinhosamente apelidada de "avó do punk português". Tal título deve-se ao facto do quarto de João Ribas, na casa da sua mãe, em Alvalade, ter sido o berço de todos os projectos de Ribas e até de outras bandas de amigos.

Nessa famosa divisão, de um certo apartamento em Alvalade, os Ku De Judas deram os primeiros passos em 1982, sendo uma banda do então ainda jovem punk rock português. Rodaram bastante em palco e construíram boa reputação, mas chegaram ao fim em 1988, sem que tenham registado qualquer música em estúdio (embora tenham entrado numa compilação com música ao vivo gravada no Rock Rendez-Vous, em 1985).

Nesse mesmo ano nasciam os Censurados, quarteto composto por Ribas, Samuel Palitos, Frederico Valssassina e Orlando Cohen, que gravaram três discos de estúdio e romperam pelo mainstream nacional com força. O fim chegou em 1994, depois de inúmeros concertos, aparições na televisão e de construírem uma base de fãs que destroçaram com a notícia do fim. Ainda assim, houve espaço para uma tournée de reunião, em 1999, e mais algumas reuniões parciais ao longo dos anos.

Em 1995, João Ribas fundou os Tara Perdida, banda que se manteve em actividade após a sua morte, e é o seu projecto mais reconhecido pelas gerações mais jovens. Contribuíram para esse facto seis álbuns sob a batuta de Ribas e uma série de canções que se tornaram hinos para uma geração. Pelo meio, o músico ainda esteve na banda de tributo aos Ramones - Kamones - e na génese dos Osso Ruído, tendo ainda participado na obra de outros artistas, para além de ter criado um festival de promoção às novas bandas punk nacionais.

O fim chegou de forma algo inesperada, a 23 de Março de 2014, com João Ribas a sucumbir a uma infecção pulmonar, após 20 dias de internamento no hospital de Santa Maria. As homenagens estendem-se até aos dias de hoje, sejam sob a forma de documentário ou com o seu nome imortalizado num jardim lisboeta, em Alvalade, facto que demonstra o carinho que o público sentia por esta figura ímpar da música nacional.

O próximo Ruído Alternativo traz, finalmente, a merecida homenagem ao maior nome do punk rock nacional, numa emissão a não perder!

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Ruído AlternativoDomingo22h-24h na Tejo FM (emissão online aqui).

Discurso Alternativo: Paulo Antunes (Um Punk Chamado Ribas)

No passado dia 17 de Maio o Ruído Alternativo foi ao encontro de Paulo Antunes, realizador do documentário Um Punk Chamado Ribas, para falar um pouco acerca do processo de criação do mesmo. O propósito foi a segunda exibição da fita, no Teatro Sá da Bandeira, em Santarém, pela mão do Cineclube de Santarém, pouco depois da sua estreia no festival de cinema Indie Lisboa (a 6 de Maio, aquando do 54.º aniversário do homenageado).

A entrevista completa a Paulo Antunes ouve-se este Domingo, na Tejo FM - numa emissão totalmente dedicada à carreira de João Ribas, símbolo maior do punk nacional.

Paulo Antunes, realizador do documentário Um Punk Chamado Ribas (Facebook) 
[Foto: Diana Mendes-Gerador]

Paulo Antunes tem 31 anos e é natural da vila de Pontével (concelho do Cartaxo), tendo no currículo um licenciatura em estudos artísticos na Universidade do Algarve e um mestrado com especialização em cinema na Universidade Nova de Lisboa. A ideia para o documentário Um Punk Chamado Ribas nasceu há alguns anos atrás, ainda com o músico em vida, em 2012/2013, numa semana académica em Faro, e a peça acabou por servir de trabalho de final de curso.

No final da exibição de Um Punk Chamado Ribas no Teatro Sá da Bandeira (Santarém), o Ruído Alternativo falou com Paulo Antunes, na Incubadora de Artes de Santarém (um dos espaços que serviu de abrigo à edição/produção do documentário), acerca do longo caminho deste projecto, do seu amor pelo punk rock, da vida de João Ribas e de outros tópicos relacionados com a curta carreira deste jovem realizador.

Esta entrevista pode ser ouvida no programa desta semana: Domingo, 16 de Junho, a partir das 22h nos 102.9 FM para o Ribatejo ou na emissão online para todo o mundo em tejoradiojornal.pt.
 
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Na próxima semana publicamos o podcast desta entrevista completa, sem cortes nem intervalos, aqui no blog em Discurso Alternativo.
 
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Deixamos, em baixo, o trailer deste documentário que naturalmente recordamos.

sábado, junho 08, 2019

Antevisão/Destaques: Programa 421

1ª parte:

Galo Cant'às Duas | The Lazy Faithful
Prana | The CityZens

2ª parte:

Tara Perdida | Moonshade
Fuzzil | New Mecanica

Ruído AlternativoDomingo22h-24h na Tejo FM (emissão online aqui).

quinta-feira, junho 06, 2019

Emissão Especial: Nova Música Portuguesa (2019/7)

  • Barbante
  • Caio
  • Carne Pa Canhão
  • Daniel Catarino
  • Flak
  • Fuzzil
  • Galo Cant'às Duas
  • Godvlad
  • João Bispo
  • Mercic
  • Moonlit Align
  • Moonshade
  • New Mecanica
  • Orangotango
  • Palas
  • Papaya
  • Prana
  • Quartoquarto
  • Remeo
  • Tara Perdida
  • The Cityzens
  • The Lazy Faithful
  • Tiago Vilhena
  • Tio Rex
  • Trovador Falcão
  • Vahlak.
Ruído AlternativoDomingo22h-24h na Tejo FM (emissão online aqui).

sábado, junho 01, 2019

Antevisão/Destaques: Programa 420

  • Actualidade.
1ª parte:

Cassete Pirata | The Mystery Lights
Big Thief | Spiral Stairs

2ª parte:


Big Red Panda | Helms Alee
Bush | Torche

Ruído AlternativoDomingo22h-24h na Tejo FM (emissão online aqui).