
Os Golpes foram apresentados pela imprensa como algo entre "uns novos Heróis Do Mar e uns The Strokes portugueses”, mas rapidamente tudo se transformou numa grande pressão para a banda que estava numa fase muito precoce da carreira. Pressão essa que os quatro "rapazes" lisboetas, Nuno dos Golpes, Pedro da Rosa dos Golpes, Luís d'Os Golpes e Manuel Fúria dos Golpes, não aguentaram.
"A Marcha Dos Golpes", cartão de visita de Cruz Vermelha Sobre Fundo Branco, o álbum de estreia d'Os Golpes, cheio referências, não desapontou mas não conseguiu o mesmo efeito que o single “Contos De Fadas De Sintra A Lisboa” d'Os Pontos Negros, pelo que à partida foi mais difícil chegar a mais ouvintes; isto para muita gente é a mesma coisa que o fracasso. Tal impediu sucesso comercial deste disco, o que só demonstra, também, os erros de marketing deste álbum.
"O Canto", "O Arraial", "Fogo Posto" ou "Embarcadiço" são bons exemplos do que é feito este álbum, no entanto, pelo meio do trabalho parece que a banda se perde do seu rumo: as faixas instrumentais mais parecem falta de inspiração do que uma tentativa de mostrarem os seus dotes musicais. À primeira audição pode parecer agradável mas com o tempo apenas estão a "empatar" o ouvinte e talvez seja este o "podre" que fez com que as críticas ao álbum não fossem tão positivas como inicialmente se esperava na estreia d'Os Golpes. Mas nem tudo é mau, Cruz Vermelha Sobre Fundo Branco permitiu à banda uma agenda preenchida, com principal destaque para a sua actuação no Optimus Alive!09, que marcou o início do festival. Tarefa difícil para uma banda pouco conhecida pelo público presente no palco secundário do festival, mas, mesmo assim, na linha da frente da assistência, chegou-se a ouvir fãs a cantar de cor muitas músicas da banda.
Contudo, este álbum merece também referência no ano 2009 pela sua história. Os Golpes, juntamente com Os Tornados e os Doismileoito, continuaram a dinamizar o percurso deixado pelos Pontos Negros em 2008. Apresentaram mais uma vaga de boa música portuguesa e cantada em português [!], o que é de salientar e salutar! Está de boa saúde a produção nacional e recomenda-se!
Carlos Montês
Tivessem os Golpes metade da promoção dos Pontos Negros (Universal) e teriam chegado bastante mais longe. E olhe que o disco apenas saiu em Maio.
ResponderEliminarCaro Carlos Montês:
ResponderEliminar1. A editora dos Golpes é a Amor Fúria, e não a Florcaveira.
2.Os Golpes não são Lisboetas.
Quanto ao resto... o disco esgotou em 6 meses.
Nada mal para um "erro de marketing", ãh?