Fizeram-se anunciar em 2007 e 2008, mas o "vulcão Miss Lava" só rebentou no ano passado. E vulcão é um vocábulo que não poderia assentar melhor no primeiro longa duração dos Miss Lava: Blues For The Dangerous Miles é um autêntico carrossel sonoro em excesso de velocidade.
Se tivéssemos de definir o som dos Miss Lava nenhum outro rótulo assentaria melhor que heavy rock. A banda lisboeta parece ter saído da cena de Palm Desert, uma vez que o seu som apresenta muitas parecenças com bandas do movimento stoner-rock norte-americano tais como: Fu Manchu, Unida e Hermano. Até o título do álbum remete os menos distraídos para Blues For The Red Sun dos Kyuss de Josh Homme e John Garcia.
Apesar das referências, Blues For The Dangerous Miles não fica a dever nada a muitas das bandas stoner por esse mundo fora, bem pelo contrário. E não fosse o alheamento do público em relação a quase toda a boa música nacional, os Miss Lava decerto que teriam um reconhecimento maior no nosso país.
O álbum de estreia dos Miss Lava passou ao lado de quase todas as publicações musicais e ao lado da maior parte do grande público, que parece que este ano ouviu pouca música nacional. Algo surpreendente para mim quando vi as votações para os melhores discos do ano no site da revista Blitz; onde, salvo raras excepções, os utilizadores apontavam apenas um [ou mesmo nenhum] álbum nacional.
A verdade é que Blues For The Dangerous Miles é um grande álbum que, com alguma insistência por parte dos Miss Lava, acabará por ter o devido reconhecimento. André Beda
São da capital e já tinham deixado a promessa em 2007 com o seu primeiro trabalho promocional. Depois de dois anos de concertos e um EP em 2008, os Miss Lava lançam, em 2009, o seu trabalho de estreia. Quanto à banda são quatro e já têm provas dadas na música nacional. Eles são Johnny Lee, ex-vocalista dos Ethereal Grief, S. Rebelo, ex-Dawnrider, no baixo, K. Raffah, o ex-Fiona At Forty, na guitarra e J. Garcia na bateria, que apresentaram no ano passado o álbum Blues For The Dangerous Miles. O rumor de que eles rapidamente se tornariam grandes já era digno de registo, mas, agora, e com Blues For The Dangerous Miles, os Miss Lava só vieram confirmar que são uma das revelações do ano [2009] e ainda reforçam o plantel de bandas nacionais que tocam rock pesadão com muito sabor a stoner rock, metal, grunge e hard-rock; à cabeça: Born A Lion, Dapunksportif, Dollar Llama e até mesmo os Dawnrider e os Men Eater. Blues For The Dangerous Miles tem uma produção de luxo. As gravações do álbum foram conduzidas por Samuel Rebelo e por Ricardo Espinha (Fonzie, Blacksunrise, entre outros), produzido por Samuel Rebelo e pela própria banda, que assumiram as rédeas deste registo, e foi misturado e masterizado nos Fascination Street Studios em Örebro, Suécia, pelo conceituado produtor Jens Bogren, conhecido pelo seu trabalho com bandas como Opeth, Katatonia, Amon Amarth, Paradise Lost, entre outras.
Blues... foi apresentado pela faixa "Black Rainbow", uma escolha que nota-se ponderada pois este single apresenta um refrão de fácil memorização e representa muito bem o que álbum tem para oferecer. No entanto, existem outras faixas que mostram muito melhor o poder dos Miss Lava, "Don't Tell A Soul", "Blues For The Dangerous Miles", "Shine On" ou "Birth, Copulation And Death (Feat. V. S.)" são alguns exemplos disso mesmo.
O poder, a rapidez, a distorção, os solos e o fogo são os ingredientes desta banda que, liricamente, fala-nos da "atitude ou da falta dela", "morte" e ainda "sobre os remorsos de uma relação chamuscada". Já o nome Miss Lava poderá referir-se a uma mulher sexy cheia de fogo mas a força destrutiva da música dos Miss Lava só comprova que eles são homens de barba rija a fazerem em Portugal o que de melhor há na Califórnia. Carlos Montês
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