Jack White é hoje visto como uma figura incontornável no panorama da música
rock actual. O líder dos
White Stripes formou o grupo
The Dead Weather, juntamente com Alisson Mosshart, Dean Fertita e Jack Lawrence, que no ano passado editou o seu trabalho de estreia:
Horehound.
Poderá parecer que o trabalho de estreia deste grupo é uma manta de retalhos, facto devido aos multi-instrumentalistas que fazem parte dos Dead Weather gravarem em Horehound mais do que um instrumento e também ao facto de virem de vários projectos. Se a postura do primeiro single "Hang You From The Heavens", pela voz de Mosshart, assusta pela colagem aos últimos trabalhos de White Stripes, nas duas seguintes amostras a história é diferente. "Treat Me Like Your Mother" e "I Cut Like A Buffalo" são dois singles onde se pode dizer que a banda acertou na mouche. Nada de revolucionário, mas duas excelentes malhas. Voltando ao início, Horehound até pode ser uma manta de retalhos, afinal a banda é composta por músicos vindos de universos tão diferentes como The Kills, The White Stripes, Queens Of The Stone Age e The Raconteurs, mas não é por isso que deixa de ser um bom álbum de rock.
Abordando ambientes mais negros em "I Cut Like A Buffalo" e "60 Feet Tall" e misturando-os com o tradicional blues-rock e até algum funk notório nas vocalizações, este é um álbum onde poderemos ouvir um pouco de tudo. A interacção entre as duas principais vozes do projecto, Mosshart e White, funciona especialmente bem em "Treat Me Like Your Mother", onde o protagonismo é assumido pela líder dos Kills, numa faixa onde a sua voz se mistura com o ambiente psicadélico e riffs de guitarra por vezes acelerados.
É normal que se parta para álbuns como Horehound, feito por aquilo a que o público gosta de apelidar por super-banda, com expectativas demasiado altas. O melhor que se podia esperar do primeiro álbum dos Dead Weather foi atingido, ou seja, cada um dos participantes trouxe o seu melhor ao projecto. Desta forma, o que não se pode esperar de um álbum de uma super-banda é que seja algo revolucionário e, como tal, Horehound é um excelente trabalho de estreia de uma banda que já pensa em segundo álbum.
André Beda Quem parta para este álbum à espera de um somatório dos vários projectos de que fazem parte os elementos desta banda, acertou. Horehound é um álbum de um grupo cheio de talento mas que precisa de tempo para ser digerido, não vá ser esquecido pelo facto de não apresentar nada de novo aos ouvintes. Isto apesar da ironia que esse tempo de escuta implique pois este disco foi gravado em três semanas, como começa a ser habitual para qualquer projecto onde Jack White (The White Stripes e The Raconteurs) ponha o dedo.
O ano passado ficou marcado com a formação de mais um super grupo no mundo da música. Depois de, em 2008, ter lançado Consolers Of The Lonely, um dos melhores desse ano, com os The Raconteurs, Jack White juntou-se a Alison Mosshart (The Kills), Jack Lawrence (The Greenhornes e The Raconteurs) e a Dean Fertita (Queens Of The Stone Age) para formar os The Dead Weather, que lançaram Horehound, o disco de estreia do grupo que conquistou muita boa gente e que foi produzido pelo próprio Jack White.
Num álbum de onze músicas uma novidade é clara neste novo projecto de White, a introdução de uma voz feminina: Alison Mosshart, conhecida pelo seu trabalho no duo The Kills. Destaque-se, ainda, a versão de "New Pony", um original de Bob Dylan - selo inequívoco de qualidade e mestria. "Influências à vista?"...
Tudo o resto é blues-rock. Onze faixas onde assistimos ao que já ouvimos noutros projectos de Jack White mas com ornamentações diferentes. Maior extensão e força das guitarras ["Hang You From The Heavens", "Treat Me Like Your Mother", "Bone House" e "No Hassle Night"], habientes gospel e negros ["60 Feet Tall", "I Cut Like A Buffalo" e "3 Birds"] e os habituais riffs e blues-rock que caracterizam qualquer projecto em que Jack White é o mentor; o motor da música dos White Stripes, dos Raconteurs e, agora, dos Dead Weather.
Reconhecido com uma das, senão a maior personalidade do mundo da música da primeira década do século XXI, Jack White mostra que é música o que lhe corre nas veias. Quanto aos Dead Weather são um dos marcos de 2009. Segundo álbum já a caminho.
Carlos Montês
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