terça-feira, fevereiro 02, 2010

A Análise: The Pains Of Being Pure At Heart - "The Pains Of Being Pure At Heart"

2009 foi o ano em que os The Pains Of Being Pure At Heart (TPOBPAT) surpreenderam o mundo da música, não pelo seu extenso nome mas sim pelo seu álbum de estreia homónimo.
A banda, oriunda de Nova-Iorque, nasceu em 2007 tendo realizado, na altura, o seu primeiro EP. Dois anos mais tarde lançam-se para o primeiro longa duração e o resultados não poderiam ser melhores.
O quarteto que junta Kip Berman (vozes e guitarra), Peggy Wang (teclados e vozes), Alex Naidus (baixo) e Kurt Feldman (bateria), mergulha até às ilhas britânicas da década de 80, início da 90, e mostram que o shoegaze é ainda uma das referências para muitas bandas da actualidade.
Apesar dos My Bloody Valentine ou dos The Jesus And Mary Chain serem as influências mais óbvias neste trabalho de estreia dos TPOBPAT, um ouvido mais atento a este disco mostra-nos que o conjunto nova-iorquino também retira da pop dos The Cure ou dos The Smiths muita da sua inspiração.
The Pains Of Being Pure At Heart é um álbum apaixonante, melancólico, alegre e surpreendente. Apesar da forma sorrateira como entra pelo ouvido dentro, este disco torna-se, para ouvintes do género, num dos melhores álbuns que apareceram nos últimos anos na cena do shoegaze. Quem não fica rendido a canções como "Come Saturday", "Young Adult Friction", "The Tenure Itch", "Everything With You", "A Teenager In Love", "Hey Paul" e "Gentle Sons"? Estas são provas de que este álbum é feito à medida para aquele nicho de admiradores do shoegaze sedentos de mais e nova música neste género. Mas, ainda assim, os TPOBPAT chegaram a mais públicos.
A imprensa não hesitou, o público aplaudiu e a estreia dos The Pains Of Being Pure At Heart tornou-se claramente numa das melhores coisas que aconteceram no último ano. Uma estreia calma mas com suficiente calor (e substância) para aquecer um qualquer coração.
Um bem-haja às bandas que tornam o shoegaze num género fantástico, este que nem sempre tem o seu devido valor.
Carlos Montês

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