Quando este disco chegou às lojas, estávamos longe de imaginar que os Nevermore estavam à beira do fim. Não sabemos se esta situação é definitiva, apesar do mau ambiente entre os membros da banda, mas se The Obsidian Conspiracy é o fim da linha, não deixa de ser um final no auge.
Os Nevermore são um dos expoentes máximos da capacidade técnica aplicada ao metal. Um dos raros casos onde o vocalista não é a figura de proa - Jeff Loomis é a cara da banda. O mesmo Jeff Loomis que tenta agora a solo ficar conhecido como um mago da guitarra - ao estilo de Satriani ou Steve Vai - e até corre o risco de chamar uma figura como Marty Friedman para participar no disco. Os Nevermore são também a escola de reconhecidos talentos da guitarra, como Chris Broderick - hoje nos Megadeth.
O trabalho estético de The Obsidian Conspiracy não se esgota nos solos. Estende-se a riffs orelhudos e refrões melódicos, como o de "Moonrise (Through Mirrors of Death)". "Emptiness Unobstructed" é o primeiro momento de acalmia do disco e também o primeiro onde a voz de Warrel Dane ganha protagonismo. As duas últimas faixas são um suceder de malabarismos técnicos impossíveis de tocar tão bem e tão depressa para outra banda que não os Nevermore.
O apego à técnica pura e dura talvez faça este disco sofrer de alguma falta de criatividade, mas no final de contas The Obsidian Conspiracy é um regalo para os ouvidos. Mais um registo que faz os Nevermore ficar na história, mesmo que nunca mais voltem a tocar juntos.
André Beda
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