Haverá um mau álbum na carreira dos Karma To Burn? Se esse álbum existe, não será certamente Appalachian Incantation. Nunca serão uma banda à escala planetária - aqui não há refrões orelhudos, nem letras profundas - mas a verdade é que atingiram o estatuto de banda de culto e, até hoje, nunca desiludiram os seguidores desse culto.
Riffs e mais riffs. Aqui a imaginação não se esgota, os Karma To Burn conseguem sempre trazer algo de novo aos seus trabalhos. Em Appalachian Incantation somos confrontados com um ambiente ainda mais psicadélico do que aquele que encontrávamos nos seus antecessores. As quatro primeiras faixas são, sem dúvida, os temas mais psicadélicos da carreira dos Karma To Burn. "Waiting On The Western World", a quinta faixa, é tema que separa as águas no disco - o único tema com vocalizações do disco, a cargo de Daniel Davies dos Year Long Disaster. Se até então o ambiente era muito psicadélico, a partir dali a banda passa a apostar no peso puro e duro.
É importante também salientar o trabalho de Rich Mullins no baixo, com um som extremamente acutilante neste álbum. Tendo em conta a liberdade dada à guitarra ao longo do álbum, as linhas de baixo acabam por funcionar de fio condutor - talvez o elemento que fique mais no ouvido. Para o final, "Twenty-Four" bem que poderia ser uma homenagem aos Black Sabbath. Uma bela forma de terminar um disco dos Karma To Burn.
Appalachian Incantation ficará na história como o primeiro álbum pós-reunião dos Karma To Burn, uma vez que o último trabalho de estúdio da banda datava de 2001. É certo que pelo meio ficamos entretidos pelos Year Long Disaster, mas bandas como os Karma To Burn não deveriam desaparecer. Ponto final.
André Beda
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