O regresso de músicos históricos a bandas tem influência na opinião dos críticos de música? Provavelmente. No Caso dos Fear Factory, o regresso de Dino Cazares traduziu-se, sem sombra de dúvida, em melhor música. Com ele os Fear Factory voltaram a ser uma banda coesa, capaz de tomar de assalto os palcos de todo o mundo. E desta vez o mérito vai inteiramente para a banda e não para Gary Numan.
Deixemo-nos de rodeios: seja ou não culpa do efeito Cazares, Mechanize é, pelo menos, o melhor álbum dos Fear Factory desde Digimortal (2001) - precisamente o último disco com Dino Cazares na guitarra. Refira-se que, provavelmente mais do que da guitarra, Mechanize vive da bateria de Gene Hoglan, o novo baterista da banda que já trabalhou com Devin Townsend, Death e Testament, entre outros. O seu trabalho atrás do kit é o mote para um álbum imensamente brutal, no verdadeiro significado da palavra.
No meio de tanta agressividade, também presente na voz de Burton C. Bell, há ainda espaço para a introdução de refrões melódicos em quase todo o disco, bem como de sintetizadores e pianos a espaços. Há quem coloque aos Fear Factory outros rótulos que não o industrial. As influências de groove e death metal até podem estar presentes, mas têm sempre o objectivo final de colocar o ouvinte num ambiente fabril.
Resta-nos saudar o regresso dos Fear Factory aos grandes álbuns e desejar que este Mechanize seja apenas uma amostra do que está para vir. A sequela chega-nos aos ouvidos já este ano.
André Beda
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