Após tantos anos, Glenn Danzig continua a fazer música de qualidade. Com o passar do tempo e dos álbuns, tornou-se difícil associar os Danzig a um só estilo - já foram blues, doom, industrial, entre tantos outros. E agora? Deth Red Sabaoth é "apenas" mais um capítulo desta história feliz.
Este é um disco que balança entre melodias que entram bem no ouvido e outras bastante secas e agressivas. Faça-se a comparação entre "Deth Red Moon" e "Ju Ju Bone". Os solos de guitarra são cativantes: não são perfeitos, são sujos e é aí que reside a sua beleza. A mistura de ambientes sonoros poderia valer um dos piores desempenhos em termos de vendas da história, mas de alguma forma isso não aconteceu. Deth Red Sabaoth tornou-se no maior sucesso de vendas dos Danzig desde 1994, algo surpreendente para os tempos que correm e ainda mais para um disco de rock experimental e pouco agarrado a conceitos e rótulos rígidos.
A fase industrial da banda não foi completamente embora e ainda podemos ouvir resíduos dela nos riffs dos dois primeiros temas do disco "Hammer Of The Gods" e "The Revengeful". Temos de juntar a este cocktail sonoro a tendência country do inicio de "On A Wicked Night". Nesta fase do disco torna-se evidente que os solos, para além de catchy, aparecem muitas vezes, mas sempre cheios de pertinência.
Não sei se foi intenção dos Danzig fazer um disco de retrospectiva, mas Deth Red Sabaoth pode funcionar como tal. O resultado de tamanha junção de referências do passado resultou num dos discos mais consistentes da carreira da banda. Agora os Danzig são uma banda de rock n' roll.
André Beda
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