Se há banda que faz jus ao estatuto de "banda de culto" são os Electric Wizard. Não dão assim tantos concertos nem vendem tantos álbuns fora do Reino-Unido quanto isso, mas são conhecidos por meio mundo (passo o exagero). Em 2010 regressaram em força com Black Masses, tentando mostrar que o doom europeu está bem vivo.
Os três primeiros álbuns dos Electric Wizard são consideradas obras essenciais da história do doom metal. Desde Dopethrone (2000) que muitos fãs se têm distanciado da banda, pensado que esta já deu o que tinha a dar. Puro engano meus amigos. Black Masses é a prova que estes são os bons Electric Wizard de sempre.
Muitos versos de músicas são referências a filmes, livros e até discursos políticos - daí a repetição de ideias em certas músicas, tentando mobilizar o ouvintes para algo. Nada mais político, portanto. Em contraste com o seu antecessor, Witchcult Today, cujo som tinha sido demasiado polido, Black Masses é um enorme murro no estômago. Altamente sujo e muito pouco recomendável a ouvidos sensíveis. Não sendo um banda tecnicamente muito evoluída, esta é a forma que os Electric Wizard encontram de acrescentar valor à sua música: letras muito trabalhadas e muito esforço para atingir um som ainda mais pesado.
No final de contas, quem pensava que os melhores anos dos Electric Wizard tinham ficado lá atrás, enganou-se redondamente. Podemos ainda especular em torno de "Crypt Of Drugula", o último tema do disco com uma forte tendência noise. Será este um sinal do que aí vem?
André Beda
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