Como muitos de vós, conheci os Confront Hate com a sua versão para "Sem Saída", incluída em Covers, Cu & Mamas - um disco de tributo aos Mata-Ratos. Se a versão dos Confront Hate não andava muito longe do original, o poderio deste tema chamou-me a atenção para a banda e para este seu disco de estreia.
Que se faça justiça louvando a qualidade do som do disco. Faço-o neste texto, como poderia fazê-lo em qualquer outro referente aos discos nacionais de 2011. Chegamos a um ponto em que não se distinguem os estúdios nacionais dos britânicos, americanos ou suecos. Nenhuma banda nacional necessitará de gravar no estrangeiro por motivos de qualidade de equipamento.
Seguindo o caminho trilhado pelos Pitch Black, os Confront Hate fazem em Portugal aquilo a que se convencionou chamar «thrash moderno» (ouvir últimos álbuns de Testament, Heathen e Pitch Black). O álbum arranca suave com uma intro, mas logo depois começa a violência. Em termos técnicos não há muito a apontar ao grupo: ouvimos em Diabolical Disguise Of Madness alguns bons solos, ainda que não sejam grandes malabarismos técnicos. "Love Grows Cold" e "Diabolical Disguise Of Madness" são bons exemplos disso mesmo: o primeiro é um instrumental de tom épico muito bem construído e o segundo contém um riff capaz de mandar paredes a baixo. No entanto, Diabolical Disguise Of Madness não se esgota na agressividade. Os Confront Hate revelam no tema que fecha o disco, "Feeling The Silence", uma faceta completamente diferente do que tinha sido o álbum até então, com os vocais limpos a aparecerem pela primeira vez e o som a tomar um cariz mais progressivo. Quando o vocalista David Rosa utiliza o gutural, torna-se difícil não pensar em Randy Blythe.
O revivalismo do thrash já lá vai, mas sempre que sentirem saudades dele podem voltar a este Diabolical Disguise Of Madness. Uma proposta com referências do passado, mas tendo noção que fazem música no presente. Esta banda promete...
André Beda
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