São um dos projectos portugueses mais excitantes dos últimos anos e estaríamos longe de imaginar, por alturas do lançamento de Gold, que o futuro dos Men Eater poderia tornar-se numa enorme e cinzenta nuvem de incerteza. Se ficarem por aqui, e embora não seja algo propriamente bonito de se dizer, graças a este Gold deixam um legado de três grandes álbuns. Por outras palavras, toda a sua discografia.
Embora o toque progressivo faça parte do ADN do som dos Men Eater, este disco está mais próximo do seu antecessor (Vendaval de 2009) do que da estreia. Apesar disso, sentimos um toque do memorável Hellstone no quase-instrumental "4:44 AM". De notar também, a voz ligeiramente mais suave de Mike Ghost ao longo de Gold, facto que resulta - de forma natural - em refrões mais orelhudos e cativantes.
Não se deixem enganar por estas últimas linhas. Se eu escrevesse este texto em inglês acerca deste disco, de caras, a expressão "heavy as fuck" torna-se até difícil não a utilizar após ouvir o disco, como puderam constatar. Cada álbum dos Men Eater é quase uma enciclopédia de riffs pesados e breaks vertiginosos. Neste disco, a melhor utilização destes elementos pode ser escutada em "Bracara".
Em suma, e correndo o risco de os adjectivos começarem a escassear, é um disco repleto de momentos de brilhantismo e raros de medianismo. Sabemos que acabando agora criaram um mito em sem redor que poderá ser constatado daqui a alguns anos, mas o que nós queremos mesmo é que os Men Eater regressem aos palcos e aos discos muito em breve. O rock nacional agradece.
André Beda
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