No dia 24 de Março do ano passado saía para as lojas aquele que era considerado, por antecipação, um dos melhores discos do ano.
Sejamos directos: o alarido à volta deste Crack The Skye deve-se mais ao passado dos Mastodon do que propriamente ao seu novo disco. Desde a sua formação que a banda se conseguiu descolar do rótulo que tantas vezes lhe foi imposto, erradamente, de integrante da New Wave Of American Heavy Metal (movimento mais ligado ao metalcore e outros géneros que pouco têm a ver com o que os Mastodon hoje fazem). Os Mastodon sempre foram algo mais do que uma banda que vende bem e, como tal, com o que digo em cima não quero de forma alguma tirar mérito a Crack The Skye que é, sem dúvida, o melhor disco da banda.
Gozando do retorno à ribalta do sludge e dos seus sub-géneros adjacentes, a banda apresenta um som ainda mais progressivo, algo que se verifica bem em "The Czar", um épico tema com mais de dez minutos divididos em quatro andamentos distintos. "The Czar" e "The Last Baron", as mais longas de Crack The Skye, são mesmo as grandes novidades em termos de abordagem que os Mastodon apresentam em relação a outros discos. Depois há ainda os dois super-singles deste disco "Oblivion" e "Divinations", onde se torna notória a perda de peso quando os comparamos com outros singles do grupo como "Blood And Thunder" e "Colony Of Birchmen", mas se estes temas perdem em peso ganham claramente em potencial - afinal o videoclip de "Oblivion" está em rotação nos canais de música há quase um ano.
Já aqui referi que a sonoridade sludge metal está de volta à ribalta. De facto, está tão de volta que já não vemos apenas apreciadores de metal a ouvir bandas como Kylesa, Isis e Baroness. Na minha opinião os Mastodon são os grandes responsáveis pela re-massificação do género e este Crack The Skye foi mais um passo seguro dado no sentido da banda se tornar numa das maiores do mundo.
André Beda
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