Os Art Brut são uma banda com origens britânicas e germânicas. A banda lançou no ano passado o seu terceiro álbum de originais e, pela terceira vez consecutiva, consegue arrancar da imprensa musical enormes elogios a este seu novo álbum.Depois dos muito elogiados Bang Bang Rock & Roll (2005) e It's A Bit Complicated (2007), o quinteto voltou à carga em 2009 com Art Brut Vs. Satan. Como primeira grande novidade para este álbum temos o produtor, Frank Black, ou melhor Black Francis, vocalista e guitarrista dos Pixies, um dos nomes mais gigantes da música mundial. Art. Brut Vs. Satan pode não ser nem de perto nem de longe uma imitação dos Pixies, mas a verdade é que o toque do músico nota-se, pelo menos se recuarmos aos dois álbuns anteriores dos Art Brut.
O disco é todo ele Art Brut e nada "Satan" - a avaliar pelo título: riffs para a frente e para trás, solos sem fartar, baixos sempre pertinentes e baterias incansáveis. Quanto às vozes há muito pouco a dizer, ou melhor... há muito mas nada de tecnicamente formidável. Se há coisa em que Eddie Argos (vocalista dos Art Brut) é perito essa coisa não é de todo cantar. O vocalista mais parece um simples leitor cheio de swing do que um cantor à séria, o que, com mais umas audições por parte do ouvinte, deixa de ser estranho para se entranhar com o decorrer do álbum. Art Brut Vs. Satan é indie rock, é punk, é rock, é pós-punk, é brit-pop... ou seja, uma palete "de bons bifes" que tem pernas para andar e fazer sucesso nas ilhas do Reino Unido. Pena seja que o público tarda em aplaudir canções como "Alcoholics Unanimous", "DC Comics And Chocolate Milkshake", "Am I Normal?", "What A Rush", "The Replacements" ou "Summer Job". Afinal esta é uma banda que deveria saltar rapidamente para outro campeonato e nunca deveria ser posta de parte. No fim deste álbum uma coisa é clara: parece que é deste "não-cantor" que vem aquele factor x que nos prende à música dos Art Brut, e ainda bem! Pode parecer fácil, mas não é! Art Brut Vs. Satan prova-o. Carlos Montês
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