Esta primeira década do século XXI fica marcada no mundo da música, para além de outras coisas, pela súbita introdução de elementos electrónicos em muitas bandas que antes os dispensavam. Ao terceiro álbum os escoceses Franz Ferdinand não fogem à regra e apresentam Tonight: Franz Ferdinand. Se há coisa que põe a tremer os puristas do rock essa é a introdução de elementos estranhos àquela banda que se quer só com voz, guitarra, baixo, bateria e, por vezes, piano. E introduzir sintetizadores e outras coisas mais à música tipicamente rockeira é suicídio musical para estas pessoas a que me refiro. Mas voltemos ao essencial, que é a música...
A verdade é que a introdução de electrónica na música de algumas bandas as prejudicou muito, sendo o exemplo mais claro o dos Bloc Party que afugentaram alguns [muitos] fãs, mas que também adquiriam outros tantos... No entanto, com os Franz Ferdinand tudo não passou de um passo natural encarado com normalidade. Se os escoceses já tinham o rock mais dançável da década com hits como "Take Me Out", "This Fire", "Do You Want To" ou "The Fallen", entre tantos outros, juntemos uns sintetizadores russos e a diferença será mínima. E aí está o disco Tonight: Franz Ferdinand.
Se em Franz Ferdinand (2004) a banda se mostrava ao mundo com uma mão cheia de músicas rock com direcção à pista de dança, em You Could Have It So Much Better (2005) a ressaca desse rock direccionado à pista mostrava como estava a banda, saturada mas ainda com energia q.b., em Tonight: Franz Ferdinand temos a banda fresca e com uma nova cara, a barba que tinham apenas foi aparada. Não desiludiram os fãs, porque "gostar de Franz Ferdinand é fixe", e trouxeram mais uns temas obrigatórios para incendiar o palco. Há rock, há guitarras, há electrónica, há riffs, há refrões, há corpos, há amor, há luz, há alegria, há tristeza, há sombras, há simplicidade, há complexidade e há Franz Ferdinand. E chega! Ponto final. Carlos Montês
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