sexta-feira, janeiro 21, 2011

A Análise: Feromona - "Desoliúde"

Ora aí está uma das minhas bandas favoritas da Amor Fúria, editora pela qual nunca senti grande afecto. Desoliúde tende a ser mais do que simplesmente "o segundo álbum dos Feromona".
Uma Vida A Direito virou para os Feromona algumas atenções, que viriam a resultar na filiação na Amor Fúria, editora que, verdade seja dita, neste momento é das melhores para os Feromona evoluírem e espalharem a sua música.
A verdade é que esta espécie de "grunge moderno" que os Feromona produzem é algo com bastante potencial. Ao ouvir Desoliúde facilmente depreendemos que está ali um conjunto de músicas que podem agradar (e muito) a um público mais alternativo apreciador do som de Seattle, mas por outro lado também tem músicas com bastante potencial comercial, houvesse mais algum apoio por parte de quem o deveria dar (entenda-se: quase todas as rádios nacionais). "Film Noir" e "Selvagem Tosco" são excelentes exemplos desta dualidade que poderá levar esta banda de Alfama um pouco mais longe.
Por entre apenas um ou outro momentos mais mornos, surge ao longo de todo disco uma quantidade absurda de electricidade e distorção que é projectada pelas colunas do meu computador enquanto escrevo estas linhas. Este foi o aspecto que mais me agradou em todo o disco, juntamente com algumas viciantes linhas de baixo.
Por fortes razões como "Fim Noir", "Alfama", "Mulher Aos Gomos" e "Isto Não É Hollywood", excelentes canções de rock, Desoliúde torna-se na melhor sucessão à estreia que os Feromona podiam ter feito.
André Beda
Contratação maior da Amor Fúria no ano que passou - até teve direito a conferência de imprensa e tudo! - os Feromona são, foram e devem continuar a ser um dos únicos espelhos da geração que viveu "a música de Seattle" dos anos 90 em Portugal.
Se em 2008 ofereceram Uma Vida A Direito, em 2010 os Feromona oferecem boa e talentosa música. Destaque-se a boa disposição, carisma e a voz de Diego Armés. Se muitas comparações já foram feitas - Ornatos Violeta à cabeça - e muitas esperanças foram lançadas, parece que o caminho e o sucesso, passo a passo, parecem mostrar tais previsões. O talento do quarteto parece ser quanto baste para isso. E a mediatização vai dando os seus frutos.
Desoliúde não desilude, aliás é mais um dado para um futuro que se prevê auspicioso. Afinal temos tudo aqui: talento, "Film Noir"; boa disposição, "Selvagem Tosco"; influências, "A Courtney Love"; e bom português, "Desalento".
Acessível, talentoso, correcto e sarcástico. Desoliúde, discreto, familiar e atento ao que nos rodeia, é bom. Tomem nota.
Carlos Montês

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