Em 2008 eram a grande aposta nacional, para o rock, da Universal Music, em 2010 mostram que ainda não perderam o fulgor e que a aposta não foi em vão.
A banda de Queluz perdeu até alguma visibilidade, afinal, verdade seja dita, Pequeno-Almoço Continental mostra-se um bocadinho mais difícil do que a estreia - a questão do segundo álbum. Nada que não passe à segunda audição.
Continuam com o ouvido atento ao sucesso ("Rei Bã", "Sub-Zero" "Duro De Ouvido") e procuram outras saídas para o seu indie pop rock ("Morre A Canção") - de louvar. Os teclados parecem ter ganho mais importância do que em Magnífico Material Inútil, mas os riffs pegajosos, as letras atentas e na ponta da língua ainda estão lá.
Cresceram, sabem o que fazem e não desiludem. O problema aqui parece ser apenas um: Portugal não tem suficiente população para eles e há ainda quem ache esta música uma cópia do que vem lá de fora. Mas para quê ter medo de uma banda que faz música numa língua que todos percebemos quando se calhar já temos no nosso mp3 ou iPod 100 bandas iguais aos The Strokes ou aos Arctic Monkeys, na mesma língua inglesa? Afinal com esta música em Inglaterra, Os Pontos Negros, eram reis e senhores. Aqui há quem os descarte à primeira audição.Certo é que a banda lá vai fazendo o seu percurso sem qualquer vaidade no seu sucesso - só agora disponibiliza músicas do primeiro álbum para bandas sonoras - e lá vai deitando abaixo os preconceitos há muito instituídos no rock nacional. Há-que tirar as palas dos ouvidos. Há que arriscar. Em português. Nós não somos só fado.
Carlos Montês
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