Cinco ano após The Night Before And A New Day os Blind Zero voltam aos disco de cara lavada, aliás como é presságio da sua carreira. Luna Park, segundo Miguel Guedes - aquando da entrevista ao Ruído Alternativo, "é um ambiente de grandes extremos", e em verdade o disse pois neste novo disco encontramos alegria, esperança, tristeza, melancolia, ansiedade... Luna Park para os fãs de "Big Brother", "Recognize", ou mais recentemente de "Bizarma", é certamente uma face que querem não ouvir. Mas a verdade é que a rock/pop solarenga de "Slow Time Love" - um dos singles a ver a luz do dia primeiro que o disco-, ou 'aqueles teclados' da "Snow Girl" deram mais que tempo ao público para se aperceber do que iria vir a seguir com o disco nas lojas. Facto é o seguinte, ao longo de mais de 15 anos de carreira os Blind Zero souberam descartar todos os rótulos que lhes foram colocando em cima. Certamente que quem ainda os apelida de "Pearl Jam portugueses" ficou algures parado no ano 2003 [A Way To Bleed Your Lover], ou talvez antes, no que diz respeito à carreira da banda do Porto - sim, The Night Before And A New Day da mais-que-rodada "Shine On" é um disco ponte para Luna Park. Eles não têm medo da pop e fizeram-no em grande.A verdade é que trouxeram, mais uma vez, para os seus concertos um público novo - se quer um concerto heterogéneo, tal como o seu público, é só comprar um bilhete para o próximo concerto dos Blind Zero, é de ficar surpreso. "Reinvenção" foi uma das palavras chave de Miguel Guedes, na entrevista ao Ruído Alternativo, e quanto a isto há-que dar a mão à palmatória: os Blind Zero não são um espelho de si mesmos, não repetem fórmulas, mas o público tanto se chateia com isso como se chateia com o facto de mudarem - há que saber aplaudir quando a fórmula é a mesma e o resultado é bom e quando a fórmula é mudada e o resultado é fantástico, e este é um caso disso mesmo. Há que ser inteligente e perceber o que realmente está acontecer: os Blind Zero já não são propriamente uma banda há procura do primeiro disco, de referências; os Blind Zero são hoje uma banda sólida, adulta, inteligente e suficientemente capaz de realizar um excelente trabalho sem ter de prestar contas a ninguém. O seu público, os seus fãs serão perspicazes o suficiente para verem aqui, em Luna Park, e na carreira dos Blind Zero, um exemplo maior de profissionalismo, qualidade e originalidade.
Concluindo: os Blind Zero acabaram de arranjar com Luna Park mais umas canções obrigatórias para cima de palco. "Snow Girl", "Slow Time Love", "Two Days", "How The Wind Blows", ou "The Tallest Building On Earth". Alguma distância trará o devido valor a este disco para aqueles que se sentiram 'ofendidos' com tal afronta. Para esses deixo alguma recomendações: "Back To The Fire", "Violent Day" e um espírito aberto.
Carlos Montês
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