Saiu para as lojas, em Julho do ano passado, o quarto álbum da carreira dos DevilDriver, banda norte-americana liderada por Dez Fafara, o homem que se tivesse tido a infelicidade de morrer aos 27 anos de idade, seria considerado um mártir do mal-amado nu-metal.
Num ponto não podemos tirar mérito a Dez Fafara: o homem sempre andou uns anos à frente do seu tempo. Se foi o líder e grande mente dos Coal Chamber (uma das bandas consideradas fundadoras do nu-metal, muito antes de aparecerem os campeões de vendas Limp Bizkit, Linkin Park ou Papa Roach), agora nos DevilDriver insiste em fazer música debaixo de uma perigosa mistura entre death-metal e groove-metal, fugindo ao tipo de metal que está em voga no seu país de origem: o metalcore. Este afastamento não acontece ao acaso - a ideia será, certamente, entrar no mercado europeu. Algo que parece estar a ser conseguido, tendo em conta o número de festivais de Verão europeus nos quais a banda tem vindo a actuar ao longo dos anos.
Os DevilDriver terão afastado muitos fãs dos velhinhos Coal Chamber ao primeiro álbum, tendo em conta a diferença em termos de peso do som das duas bandas. Se este Pray For Villains tivesse sido lançado em 2003 (em vez do disco homónimo DevilDriver), teria provocado ainda mais choque nos fãs da antiga banda de Dez Fafara, tal foi a evolução da banda em termos técnicos em pouco mais de seis anos. Esta banda não é a mesma que havia lançado o seu álbum de estreia em 2003 e essa maturidade é algo notório neste Pray For Villains.
Apesar de terem um som bem mais pesado do que no início, aqui e ali vão aparecendo momentos com guitarras acústicas e fases mais calmas entre o caos em que a música se parece ter transformado. Outra nota de destaque é que os DevilDriver vão introduzindo mais solos de guitarra de disco para disco. Apesar disso, nos DevilDriver não se «sola» "porque sim". Os solos vão aparecendo ocasionalmente nos momentos apropriados (e existem até alguns bastante bons, como o da música "Back With A Vengence").
Com um death-metal melódico "apanterado" acompanhado pela potente voz do seu carismático vocalista os DevilDriver continuam a sua busca por mais popularidade e de um cantinho na história do metal e, embora não seja uma tarefa fácil logo à partida, deram mais um passo com este Pray For Villains. Apesar de musicalmente até serem bastante melhores, Dez Fafara (um dos primeiros seres-humanos a fartar-se do nu-metal, apesar de ter ajudado a fundar o género) sabe que é provável que os DevilDriver nunca cheguem a gozar da popularidade que um dia os Coal Chamber gozaram.
André Beda
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