Obituário: IAN WATKINS (1977-2025), vocalista dos Lostprophets

Morreu Ian Watkins, vocalista dos Lostprophets. O músico galês tinha 48 anos e foi morto na prisão onde se encontrava desde 2013, em Inglaterra, este Sábado, 11 de Outubro. Foi esfaqueado por outro detido, não tendo resistido aos ferimentos. Cumpria pena de prisão de 29 anos por crimes contra menores.

Ian Watkins foi um dos fundadores dos Lostprohets, em 1997, que durante dois anos eram designados por Lozt Prophetz. Foi vocalista e líder da banda até 2013, tendo lançado com o grupo do País de Gales cinco álbuns, dos quais foram retirados alguns êxitos que rodaram bastante pelas rádios. Venderam três milhões e meio de discos, alcançaram o top 10 de singles do Reino Umido com dois temas ("Last Train Home" e "Rooftops") e ainda o número um da tabela alternativa norte-americana de singles com "Last Train Home".

Nesse ano, em 2013, foi condenado por crimes graves contra menores, que incluiam tentivas de violação de bebé e criança. O músico tinha ainda em sua posse pornografia infantil e ainda vídeos e fotografias registadas por si. Tendo ainda sido provado que mantinha relações sexuais com menores fãs dos Lostprophets. Este caso levou ao fim imediato do grupo, com os restantes membros a juntarem-se a Geoff Rickly (dos Thursday) numa nova banda, os No Devotion.

O músico fez ainda parte de uma banda de thrash metal, os Aftermath, e de outras duas influenciadas pelo punk hardcore, os Fleshbind e os Public Disturbance. Teve ainda um projecto paralelo de remix de música, L'Amour La Morgue.

Em 2023, Watkins já tinha sido alvo de agressões e esfaqueamentos na prisão onde se encontrava.

Obituário: JOHN LODGE (1943-2025), baixista e vocalista dos The Moody Blues

Morreu John Charles Lodge, baixista e vocalista de longa data dos Moody Blues. O músico tinha 82 anos e faleceu esta sexta-feira, dia 10 de Outubro, de causas ainda desconhecidas.

Lodge, que já conhecia Ray Thomas de projectos anteriores, juntou-se aos Moody Blues em 1966, depois da saída do baixista original Clint Warwick. Seria membro da histórica banda britânica até à sua dissolução em 2018 e um dos seus principais compositores. 

Para além do seu trabalho nos Moody Blues, John Lodge teve então uma banda anterior com Ray Thomas, os El Riot And The Rebels, e, ao longo dos anos, colaborou com colegas de banda como Justin Hayward, produziu os dois primeiros álbuns dos Trapeze - banda de Glenn Hughes - e ainda contou com uma carreira a solo com três álbuns, o último dos quais lançado em 2023.

A morte de John Lodge foi comunicada pela própria família, que refere "ter perdido o seu marido, pai, avô, sogro e irmão de forma repentina e inesperada".

Podcast: Ruído Alternativo #740 (09-10-2025)

Podcast: Ruído Alternativo #739 (07-10-2025)

Extra: Extra #17 - O Último Sabbath A Despedida Do Príncipe Das Trevas (04-10-2025)

(Sábado) 5 de Julho de 2025 já está na história da música! Se a permissa desta data já por si só era suficiente para ser sempre lembrada - o último concerto da carreira dos Black Sabbath e da carreira a solo de Ozzy Osbourne -, a morte de Ozzy (somente 17 dias depois deste espectáculo) colocou Back To The Beginning para sempre nas páginas mais douradas da indústria, embora tenha esse lado triste e poético que para sempre lhe ficará associado... E é para esse mesmo espectáculo, Back To The Beginning, que vamos olhar neste primeiro Extra de Outubro, num evento que decorreu na terra-natal dos Black Sabbath, Birmingham (Inglaterra).

Em "O Último Sabbath: A Despedida Do Príncipe Das Trevas" fazemos um relato do que aconteceu antes, durante e depois deste evento; com especial atenção para as actuações e a música de: Ozzy; Sabbath; 12 bandas convidadas; 2 grupos de all-stars; 1 show off de bateristas; e 2 performances previamente gravadas.

Três meses depois, temos um verdadeiro festival de êxitos do heavy metal para vos dar! São 10 horas de espectáculo transformadas em quase duas horas de podcast, na nossa última homenagem [para já] a Black Sabbath e a Ozzy Osbourne, naquela que foi sua derradeira noite!

Obituário: CHRIS DREJA (1945-2025), baixista dos Yardbirds

Morreu Chris Dreja, inglês que pertenceu os The Yardbirds. O músico tinha 79 anos e faleceu esta quinta-feira, 2 de Outubro, na sequência de uma doença prolongada.

Chris Dreja começou como um dos membros da Metro Politan Blues Quartet, com o seu colega colegial Top Topham. Em um ano a banda transformou-se nos Yardbirds, com a entrada de Keith Relf, Jim McCarty e Paul Samwell-Smith (a formação original). O músico começou na guitarra-ritmo, mas acabou por mudar-se para o baixo com a saída de SamwellSmith.

É co-autor de várias composições dos Yardbirds e ainda quem desenhou a capa do terceiro álbum (homónimo) dos britânicos de 1966, também conhecido por "Roger The Engineer" - num grupo que teve membros como Eric Clapton, Jeff Beck ou Jimmy Page nas suas fileiras.

Em 1968, os Yardbirds terminaram, na sequência de uma disputa legal quanto aos direitos sobre o nome da banda, com Dreja somente a voltar a gravar música mais de uma década depois. O britânico chegou a ser convidado para ser baixista daquilo que seriam os Led Zeppelin, mas recusou a oferta para prosseguir a sua carreira na fotografia. É o autor da imagem do álbum estreia dos Zeppelin de 1969 e deixa ainda trabalhos fotográficos com Bob Dylan ou Ike e Tina Turner.

Na década de 80, Dreja regressou à música, tendo tocado nos Box Of Frogs, constituído por membros dos Yardbirds, que lançaram dois álbuns durante a curta vida do grupo, entre 1983 e 1986.

Em 1992, os Yardbirds voltaram com uma nova formação e Dreja permaneceu no grupo até 2013, tendo saído devido a problemas de saúde. Durante este período ainda gravou o até hoje último disco dos Yardbirds, Birdland lançado em 2003.

Podcast: Ruído Alternativo #738 (02-10-2025)

Podcast: Ruído Alternativo #737 (30-09-2025)

Podcast: Ruído Alternativo #736 (25-09-2025)

Podcast: Ruído Alternativo #735 (23-09-2025)

Obituário: SONNY CURTIS (1937-2025), colaborador de Buddy Holly e escritor de "I Fought The Law"

Morreu Sonny Curtis, norte-americano que ficou conhecido pela escrita do tema "I Fought The Law" e pela sua ligação a Buddy Holly. O músico tinha 88 anos e morreu a 19 de Setembro após um doença súbita.

Sonny Curtis entrou na indústria em meados dos anos 50, tendo tocado em algumas das gravações de Buddy Holly, ainda na editora Decca. Em 1958, um ano depois da formação dos Crickets, Sonny acaba por entrar naturalmente para este grupo, uma vez que foram estes a banda de suporte para Buddy Holly. Porém, a relação entre Curtis e Holly foi curta (durou apenas alguns meses), até à morte do segundo em 1959. Sonny acabou por se tornar no líder dos Crickets, mantendo-se como o mais constante membro do grupo até à sua última actuação em 2016.

Curtis fica ainda conhecido por ter escrito a icónica canção "I Fought The Law" para os seus Crickets (onde foi guitarrista e depois vocalista) - um tema que mais tarde ficaria definitivamente para a história com uma versão imortalizada pelos The Clash, em 1979.

O norte-americano deixou ainda álbuns em nome próprio, com destaque para The 1st Of Sonny Curtis (1968) onde traz novo material e versões para alguns dos êxitos escritos por si, como "I Fought The Law", "Walk Right Back" (que escreveu para os The Everly Borthers) ou "A Fool Never Learns" (para Andy Williams).

Podcast: Extra #16 - NOLA - Um Clássico De Culto (20-09-2025)

O que é um álbum de culto? A definição clássica diz que não tem, necessariamente, de ser um sucesso comercial. Tem sim de ter um grupo de fãs apaixonados (até pode ser um nicho de fãs), mas tem, isso sim, de passar o teste do tempo. NOLA certamente já não é um álbum de nicho e, 30 anos depois da sua edição, já se pode dizer que passou o teste do tempo. Até podemos dizer que a sua reputação não pára de crescer e o segredo pode ser este: tem um som que não o faz parecer ter a idade que tem, não soa datado pelas limitações tecnológicas, e é verdadeiramente original.

Os Down sempre falaram abertamente das suas influências mas, de alguma forma, NOLA não se parece nada com elas e ainda menos com as bandas de onde vêm os integrantes deste supergrupo. Para alguns "O" supergrupo definitivo. Muitas bandas já tentaram emular o som deste disco e dizemos já: podem desistir. É o que acontece quando as músicas se escrevem quase sozinhas, como a própria banda já admitiu.

Podcast: Ruído Alternativo #734 (18-09-2025)

Podcast: Ruído Alternativo #733 (16-09-2025)

Podcast: Ruído Alternativo #732 (11-09-2025)

Podcast: Ruído Alternativo #731 (09-09-2025)

Obituário: RICK DAVIES (1944-2025), co-fundador dos Supertramp

Morreu Rick Davies, vocalista e teclista dos Supertramp. O músico britânico tinha 81 anos e faleceu no dia 6 de Setembro, em Long Island (Nova Iorque), na sequência de doença prolongada. Há mais de uma década que Rick sofria de mieloma múltiplo, uma forma de cancro do sangue.

Rick Davies foi um dos fundadores dos Supertramp, em 1969, em Londres. Com Roger Hodgson (baixista e vocalista) formou uma das mais importantes duplas de escritores de canções saídas das ilhas britânicas, num grupo que começou por palmilhar terrenos do rock progressivo para depois expandir o seu som para o lato pop rock.

Roger Hodgson é o mais reconhecido vocalista do grupo (com voz mais aguda) e a partir de 1983, com a saída deste dos Supertramp, Rick Davies assumiu a posição de vocalista principal, embora partilhasse as vozes com Roger desde a fundação da banda.

Davies tornou-se no único membro constante dos britânicos, com actividade entre 1970 e 1988, de 1996 a 2002 e de 2010 a 2012, tendo estado nos onze álbuns de estúdio dos Supertramp.

Obituário: ATOMIC STEIF (1968-2025), ex-baterista dos Sodom

Morreu Guido "Atomic Steif" Ritcher, ex-baterista dos Sodom. O músico alemão faleceu com 57 anos, no dia 31 de Agosto, de causas ainda não conhecidas.

Atomic Steif esteve nos Sodom somente entre 1993 e 1995, tendo entrado para substituir Christian "Witchhunter" Dudek, o baterista que estava desde a formação do grupo alemão.

Steif contribuiu para dois álbuns de estúdio, Get What You Deserve (1994) e Masquerade In Blood (1995), que muitos apontam como a fase mais agressiva e crua dos alemães Sodom. O baterista participou ainda no EP de 1993, Aber Bitte Mit Sahne.

O músico teve ainda outras passagens por outros grupos alemães, tais como: Living Death, Assassin, Holy Moses, Sacred Chao, Stahlträger e Violent Force.

Obituário: BRUCE LOOSE (1959-2025) vocalista e baixista dos Flipper

Morreu Bruce Loose, vocalista dos Flipper. O músico, também baixista, tinha 66 anos e faleceu na sequência de um ataque cardíaco, no dia 4 de Setembro.

Os Flipper formaram-se me 1979 e Bruce Loose entrou na formação ainda nesse ano (poucos meses depois da fundação) para substituir o vocalista original Ricky Williams. Loose também tocava baixo e permaneceu nos Flipper até 2015 (ano em que decidiu afastar-se dos norte-americanos), tendo sido substituído por David Yow dos Jesus Lizard.

Esteve na gravação de todos os quatro álbuns de estúdio dos Flipper e a solo deixa ainda um single em nome próprio, em 1983, o experimental "What’s Your Name? / Waking To Sleep".

Os Flipper, de São Francisco, foram uma das bandas punk mais influentes para os Nirvana, chegando a ter na sua formação o baixista da banda de "Smells Like Teen Spirit", Krist Novoselic, entre 2006 e 2009. O grupo foi ainda uma das influências para nomes como R.E.M., Melvins, Jane's Addiction, entre muitos outros.

Obituário: MARK VOLMAN (1947-2025), co-fundador dos Turtles

Morreu Mark Volman, o norte-americano tinha 78 anos e faleceu ontem, sexta-feira, 5 de Setembro. O músico tinha sido diagnosticado com uma doença neurodegenerativa e relacionada com a demência em 2020, mas continuou em digressão mesmo após o diagnóstico.

Volman fica conhecido por ser um dos fundadores dos Turtles, em 1963 (um grupo que começou como Nightriders, depois Crossfires, passou por Tyrtles até "descansar" em Turtles). "Happy Together" foi o êxito que colocou os Turtles no estrelato, sendo ainda hoje o tema que todos associam à banda de folk rock e pop psicadélica.

Em 1970, e após outros êxitos (embora menores), o grupo terminou e Mark Volman assim com o seu companheiro Howard Kaylan tornaram-se membros dos Mothers Of Invention de Frank Zappa, onde acabaram por adoptar pseudónimos devido a retrições contratuais ainda dos tempos dos Turtles. Durante este período, Volman tocou em vários álbuns dos Mothers e ainda contribuiu para os coros do êxito "Get It On (Bang A Gong)" de T. Rex.

Na sequência de uma lesão de Zappa, Mark e Howard Kaylan tiveram tempo para criar o seu primeiro álbum enquanto Flo & Eddie (os seus pseudónimos), em 1972, de nome The Phlorescent Leech & Eddie, começando uma década onde criaram as bases para o rock cómico. Este duo continuou a trabalhar junto, tendo colaborado com Bruce Springsteen e começando ainda a fazer digressões enquanto Turtles a partir de 1983 - algo que se manteve até ao tempo actual, mesmo depois de Howard ter abandonado a estrada em 2018.

Conta-se ainda um processo judicial na história de Mark Volman que mudou o curso da história do sampling, uma técnica comummente usada no hip hop. Em 1989, o duo Volman e Kaylan descobriram a utilização de um sample (alguns segundos) da canção "You Showed Me" dos Turtles, que os levou a apresentar uma acção judicial no valor de 1,7 milhões de dólares, em 1991, contra os De La Soul. Esta é tida como a primeira vez que um grupo de hip hop foi processado pelo uso não creditado de outro músico. Fora dos tribunais, ambas as partes acabaram por chegar a acordo sem que valores tenham sido revelados.

Podcast: Extra #15 - Ozzy Osbourne - O Renascimento De Uma Lenda (06-09-2025)

Ozzy Osbourne faleceu no passado dia 22 de Julho, apenas 17 dias depois da sua derradeira aparição em palco, no evento de despedida Back To The Beginning. É poético, quase ao nível da morte de David Bowie, como muitos já fizeram notar. Por aqui, vamos prestar-lhe mais homenagens, sendo que neste Extra, como indica o seu título, vamos dos dias mais negros dos seus últimos tempos nos Black Sabbath originais até à sua ascensão ao estatuto de celebridade, não sem antes passar pela fase em que construiu uma carreira a solo que fez dele, antes de tudo, um astro do rock. São mais de cinco décadas de rock e metal em revista neste programa muito especial.

Podcast: Ruído Alternativo #730 (04-09-2025)

Podcast: Ruído Alternativo #729 (02-09-2025)

Informação: Nova Temporada (2025/2026)

O texto repete-se todos os meses de Setembro:...

Nova temporada do Ruído Alternativo está aí à porta com a chegada de Setembro! Até Julho de 2026 não paramos, sempre com emissões regulares dedicadas à actualidade rock e metal às terças-feiras, com o André Beda, e às quintas-feiras, com o Carlos Montês!

Para além disso, temos ainda rubrica inaugurada este ano com: emissões Extra, ao primeiro e terceiro Sábado, sempre com um ângulo diferente sobre este universo de guitarras eléctricas!

Nestas primeiras semanas de Setembro faremos um apanhado do que foi noticiados durante este Verão (pelo que contem com programas um pouco maiores que a hora de duração), sem nunca perder pitada das novidades mais frescas deste novos dias rock e metal!

Lembramos que temos, desde o ano passado, um formato de temporada mais rígido, com emissões especais nestes meses:

• Setembro: Resumos com as novidades de Agosto/Setembro
• Dezembro: Conversa entre os autores (balanço 2025) + Preview de 2026 (novos álbuns)
• Janeiro: Obituário 2025 + Melhores Álbuns Nacionais e Internacionais de 2025
• Em Janeiro: Emissões Especiais com os Melhores Álbuns Nacionais e Internacionais do ano anterior (review)
• Julho: Revisão da matéria com os mais importantes álbuns da primeira metade de 2026

Para além disto tudo, não nos esquecemos, dia 6 de Setembro passam 17 anos desde a primeira emissão do Ruído Alternativo, na então Rádio Cartaxo (agora Tejo Rádio Jornal).

Obrigado por estarem desse lado!

Boas audições!

A equipa,

Ruído Alternativo

André Beda & Carlos Montês

Mixcloud | Facebook | Instagram | DJs Ruído Alternativo | Linktree

Obituário: BRENT HINDS (1974-2025), ex-Mastodon

Morreu Brent Hinds, ex-guitarrista dos Mastodon que deixou a banda este ano. O músico faleceu ontem, dia 20 de Agosto, vítima de um acidente de viação onde, alegadamente, um condutor não terá cedido passagem num cruzamento, atingindo Hinds que seguia de mota.

William Brent Hinds nasceu em 1974 no Alabama e a sua carreira musical começa quando se muda para a cidade de Atlanta e se junta aos Four Hour Fogger, banda onde também militava Troy Sanders. Esta banda acabaria por se dissolver e as bases dos Mastodon viriam a ser lançadas num concerto dos High On Fire, onde Hinds e Sanders conheceram Brann Dailor e Bill Kelliher.

Inicialmente, os Mastodon tiveram como vocalista Eric Saner, que acabou por deixar o grupo antes deste alcançar o sucesso. Nesse momento, Hinds chegou-se à frente para cantar, funções que partilhava com Sanders e, mais tarde, Dailor.

Álbuns como Leviathan (2004) ou Crack The Skye (2009) tornaram os Mastodon e Hinds em figuras de proa do metal contemporâneo, sendo que o guitarrista ainda esteve ligado a outros projectos como o supergrupos Giraffe Tongue Orchestra e Legend Of The Seagullmen.

A saída dos Mastodon foi anunciada em Março deste ano, com Brent Hinds a apelidar os seus antigos companheiros de banda de "seres humanos horríveis". A banda nunca respondeu a estas declarações do guitarrista e presta-lhe agora homenagem no duro momento da sua morte, apenas aos 51 anos.

Obituário: MÁRIO MARTINS (1934-2025), produtor

Morreu Mário Martins. O produtor discográfico morreu esta quinta-feira, 14 de Agosto, numa unidade hospitalar em Lisboa, com 90 anos.

Mário Martins foi responsável por revelar nomes como Marco Paulo e Carlos Paião, tendo sido ele quem ouviu a célebre cassete de Rui Veloso, cantada em inglês, das mãos da mãe do músico portuense, que lhe levaria a gravar Ar De Rock (1980), um dos álbum mais marcantes de toda indústria musical portuguesa.

Esteve ainda envolvido em sucessos como "Vinte Anos" dos Green Windows (grupo de José Cid) e produziu discos Carlos Paião, José Cid, Júlio Pereira, Jorge Palma, Tantra, entre muitos outros.

Foi durante 30 anos responsável pelo departamento de Artistas E Reportório (A&R) da Valentim de Carvalho, onde começou a trabalhar em 1966, a convite de João Belchior Viegas, agente artístico de Amália Rodrigues. Em 1993, saiu da Valentim de Carvalho para a Movieplay Portuguesa.

Obituário: BOBBY WHITLOCK (1948-2025), co-fundador dos Derek & The Dominos

Morreu Bobby Whitlock, vocalista, teclista e co-fundador dos Derek & The Dominos. O músico faleceu no dia 10 de Agosto, aos 77 anos, na sequência de um diagnóstico de cancro.

Bobby Whitlock cedo ligou-se à música, tendo aprendido em jovem a tocar piano e órgão. Começou por gravitar junto da editora Stax Records, onde começou por conhecer e travar amizades com diversos músicos, acabando por ter pequenas participações na música desta editora.

As coisas começaram a ficar mais sérias quando criou o duo Delanye & Bonnie, ao lado de Delaney Bramlett, com quem em cinco anos de carreira lançou de seis álbuns de estúdio. Com as tours que este duo fez, Bobby acabou por conhecer uma série de músicos com quem haveria de cruzar-se mais tarde.

O músico norte-americano acabou por participar no álbum de estreia homónimo a solo de Eric Clapton, de 1970, bem como no terceiro a solo do ex-Beatles George Harrison, All Things Must Pass, também de 1970.

É ainda em 1970 que os Derek & The Dominos nascem, um grupo que inclui Bobby Whitlock, Eric Clapton, entre outros, e que apenas deixou um álbum de originais, Layla And Other Assorted Love Songs, no final de 1970, que foi um sucesso comercial e também junto da crítica. "Layla" e "Bell Bottom Blues" foram dois dos temas mais aclamados saídos deste disco; um clássico. A meio da escrita de um segundo álbum, os Derek & The Dominos dissolveram-se, em 1971, no meio de uma tensão e depressão que assolou o grupo de amigos que viu Duane Allman (da Allman Brothers Band, mas também dos Derek & The Dominos) falecer na sequência de um acidente de moto e Jim Hendrix falecer inesperadamente.

Quanto a Bobby Whitlock acabou por arrancar com a sua carreira a solo, com álbum de estreia em 1972, que conta ainda com mais seis discretos álbuns de estúdio; tendo ainda colaborado com outros artistas e até aparecido (embora não creditado) em Exile On Main St. (1972) dos Rolling Stones.

Obituário: TERRY REID (1949-2025)

Morreu Terry Reid, britânico que tinha 75 anos. O músico faleceu esta segunda-feira, 4 de Agosto, não se sabendo as causas da sua morte. Sabe-se, sim, que estava a angariar fundos para tratamentos de problemas de saúde, incluindo cancro. Reid foi apelidado de "superlungs (super-pulmões)" e ficou, entre outras coisas, conhecido por ter declinado ser frontman de Led Zeppelin e Deep Purple.

Terrance James “Terry” Reid nasceu em Inglaterra onde formou a sua primeira banda, os Redbeats. Este grupo acabou por fazer a primeira parte de Peter Jay And The Jaywalkers, para o qual foi convidado e com quem deixou um single gravado, em 1967, ano da sua separação. Em 1968 começou uma carreira em nome próprio, com álbum lançado nesse ano.

Reid foi quem sugeriu a Jimmy Page a contratação de Robert Plant e John Bonham aos Band Of Joy, uma vez que os Yardbirds de Page estavam separar-se. Terry tinha declinado o convite para a posição de vocalista dos futuros Led Zeppelin e anos mais tarde, em 2007, ao The Independent, afirmou que foi uma "combinação perfeita"; acrescentando que com ele ao leme "poderia ter sido um total fracasso".

Também os Deep Purple seduziram Terry para seu vocalista, com a saída de Rod Evans em 1969. Porém, Reid estava concentrado na sua carreira a solo, acreditando que a sua hora chegaria após uma actuação aclamada no primeiro festival de Glastonbury, em 1970, e a edição de River (1973). No entanto, este álbum (agora um clássico de culto) não foi apelativo o suficiente para a Atlantic Records o promover, mantendo assim Reid no underground por toda a sua carreira.

Nas décadas seguintes, Reid trabalhou na Califórnia, com um regresso aos álbuns em 1991, com The Diver. Já na primeira década deste século, voltou aos palcos com uma residência no The Joint (Los Angeles), que teve participações de amigos como Robert Plant, Keith Richards ou Bobby Womack - sobre o primeiro disse em palco que "poderia ter tido [a sua] vida". Em 2005, Terry fez uma digressão de consagração pelo Reino Unido, vendo depois vários artistas lançar versões da sua música.

Obituário: FLACO JIMÉNEZ (1939-2025), acordeonista que gravou com Bob Dylan ou Rolling Stones

Morreu Flaco Jiménez, acordeonista que tocou com alguns nomes do universo rock. O músico norte-americano tinha 86 anos e faleceu a 31 de Julho, após longa doença.

Leonardo "Flaco" Jiménez foi cantor e escritor, mas ficou conhecido enquanto acordeonista ao longo de mais de sete décadas. Este ajudou a popularizar a música mexicana nascida na sua terra natal, no sul do Texas (E.U.A.), conhecida como "conjunto" ("nortenho" ou "tejano", embora Jiménez preferisse chamá-la de Tex-Mex).

No que ao universo rock diz respeito, Flaco teve uma rápida ascensão à popularidade no seu país, nomeadamente com a sua participação no álbum de country rock Doug Sahm And Band (1973), de Dough Sahm. Nas gravações do mesmo o músico pôde conviver, entre outros, com Bob Dylan (com quem gravou), aumentando o seu horizonte musical. Este capítulo na sua vida garantiu-lhe, consequentemente, outros convites.

Gravou com: Rolling Stones, Santana, Brian Ferry, Ry Cooder ou Linda Rondstadt. E a solo lançou mais de 25 álbuns, arrecadando seis Grammys.

Obituário: ERIK WUNDER (1983-2025), multi-instrumentista dos Cobalt e Man's Gin

Morreu Erik Wunder, norte-americano considerado a força criativa por detrás do Cobalt e dos Man's Gin. O músico tinha 42 anos e faleceu devido a insuficiência cardíaca, no dia 31 de Julho.

Esteve na fundação dos Cobalt em 2003, no Colorado, uma banda de black metal. Em 2005 o grupo lançou War Metal, a sua estreia, onde Erik Wunder tocou todas as guitarras, baixo e bateria, tendo ainda ajudado nas vozes ao lado de Phil McSorley. Com este grupo deixou ainda mais quatro álbuns de estúdio.

Foi também em 2005 que Erik fundou os Man's Gin, um grupo de folk rock gótico, com Clint Kamerzell. Neste projecto foram lançados três álbuns de estúdio.

Obituário: DAVID ROACH (1965-2025), vocalista dos Junkyard

Morreu David Roach, vocalista dos Junkyard. O músico norte-americano tinha 59 anos e estava a batalhar contra um cancro, tendo falecido no dia 2 de Agosto.

David Roach foi um dos fundadores da banda de hard rock Junkyard, em 1987, um grupo que lançou dois álbuns com a Geffen Records, Junkyard (1989) e Sixes, Sevens & Nines (1991) - os seus discos mais celebrados. O grupo terminou pouco tempo depois, em 1992, quando a editora os retirou do seu catálogo. Porém, a banda tinha um terceiro álbum gravado que não foi lançado, acabando por fazê-lo em 1998, de forma independente; tendo lançado com os discos Joker e XXX nesse ano.

Os Junkyard acabariam por regressar em 2000 para espectáculos ao vivo, continuando a lançar material de arquivo ocasionalmente. Em 2017 voltaram a lançar novo álbum de estúdio, High Water.

Entretanto, Roach acabaria por formar outras bandas, como os Borracho e os Strappados. Este ano, os Junkyard anunciaram que David Roach foi diagnosticado com carcinoma espinocelular agressivo que levou à sua morte.

Podcast: Ruído Alternativo #728 (31-07-2025)

Podcast: Ruído Alternativo #727 (29-07-2025)

Obituário: GEORGE KOOYMANS (1948-2025), fundador dos Golden Earring

Morreu George Kooymans, fundador, vocalista e guitarrista dos Golden Earring. O neerlandês tinha 77 anos e faleceu depois de ter sido diagnosticado com ELA (esclerose lateral amiotrófica), em 2021, que ditou a sua retirada da banda na altura.

George Kooymans fundou os Golden Earring em 1961, em The Hague (Países Baixos), com o baixista Rinus Gerritsen (então seu vizinho). O grupo acabou por se tornar na mais bem-sucedida banda holandesa, com destaque para êxitos como "Radar Love" ou "Twilight Zone". O músico deixa ainda uma curta carreira com álbuns a solo.

Os restantes membros dos Golden Earring estão a planear um espectáculo de despedida e de beneficiência, a 30 de Janeiro, em Roterdão, com os lucros a favor da investigação para a ELA.

Emissões Especiais: 2025 - Revisão da Matéria

Foi em 2024, no ano passado, que inaugurámos estas Emissões Especiais e tencionamos mantê-las todos os anos como forma de fechar a temporada (sempre em Julho).

O Ruído Alternativo está fechado, como sempre, para férias durante o mês de Agosto e aproveitamos os últimos programas da temporada (mais ou menos alinhadas com o meio do ano) para o momento ideal de revisão da matéria dada - no que a novos álbuns de estúdio diz respeito.

Seguimos o diapasão do que a imprensa musical faz, cá dentro e lá fora, e trazemos assim um balanço com alguns dos mais importantes álbuns lançados nos primeiros meses do ano. 

Sendo assim, nos próximos dois podcasts olhamos para os primeiros sete meses do ano e regressamos a 30 álbuns (15 para cada um dos autores do Ruído - sem esquecer a produção nacional) do universo rock e metal que nos marcaram e que foram lançados neste período - sem qualquer tipo de compromisso em relação às contas do final do ano!

Uma Revisão da Matéria dada, com lições na próxima terça-feira e na próxima quinta-feira (29 e 31 de Julho, respectivamente)!

Boas audições!

A equipa,

Ruído Alternativo

André Beda & Carlos Montês

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Podcast: Ruído Alternativo #726 (24-07-2025)

Obituário: OZZY OSBOURNE (1948-2025)

Morreu Ozzy Osbourne, vocalista e fundador dos Black Sabbath e dono de uma invejável carreira a solo. A notícia tem poucos minutos e está a ser citado pela Sky News britânica um comunicado da família que diz que o "príncipe das trevas" morreu "esta manhã, rodeado de amor e junto da família", aos 76 anos. Ozzy sofria há vários anos de doença de Parkinson e nos mais recentes o estado de saúde do músico debilitou-se ao ponto de ter cancelado sucessivamente vários concertos.

John Michael Osbourne nasceu em Birmingham e, apenas com 20 anos, fundou aquilo que viriam a ser os Black Sabbath. Esteve nos lançamentos clássicos do grupo e seria despedido em 1979, depois de em 1978 já ter tentado sair para seguir uma carreira a solo.

Essa carreira a solo arrancaria por uma série de acasos felizes: Don Arden, o manager dos Sabbath, arranjou um contrato para Ozzy com a Jet Records e enviou para junto dele a sua filha, Sharon, que seria a companheira do resto da vida de Ozzy. Inicialmente, a ideia era que Osbourne voltasse aos Black Sabbath, mas quando isso não aconteceu, outras hipóteses surgiram: um supergrupo com o guitarrista Gary Moore ou uma banda nova chamada Blizzard Of Ozz. A segunda opção vingou e a nova banda gravou o seu álbum de estreia homónimo, que a Jet Records lançou como sendo creditado a Ozzy Osbourne. Estava dado o pontapé de saída para uma enorme carreira a solo.

Ao longo das décadas, Osbourne ainda atingiu outros feitos: o Ozzfest, um festival que se tornou num franchise planetário e The Osbournes, o reality-show que entrava na sua casa e que mostrou a figura excêntrica do músico a toda uma nova audiência nos anos 2000.

Esta viagem com mais altos que baixos chega ao fim hoje, dia 22 de Julho de 2025, dia em que parte uma das figuras mais icónicas do mundo do rock e pioneiro dessa grande avenida que é o heavy metal. O seu último concerto, a despedida anunciada Back To The Beginning, foi há pouco mais de duas semanas, a 5 de Julho.

Podcast: Ruído Alternativo #725 (22-07-2025)

Podcast: Extra #14 - Brian Wilson: Surfando Na Sua Obra E Mente (19-07-2025)

Uma das mentes mais perturbadas e mais faladas do mundo da música, mas também das mais geniais, desapareceu a 11 de Junho. Brian Wilson tinha 82 anos e deixou uma obra que vai perdurar por muitos anos. Hoje, e finalmente, é tempo do Ruído Alternativo prestar-lhe a devida homenagem.

Iniciou o seu percurso no California sound e na surf music (para a qual os Beach Boys contribuiram para uma segunda vaga, onde as harmonias vocais se juntavam ao reverb das guitarras da primeira fornada deste género); mas Brian Wilson mostrou querer ser maior do que o próprio grupo que fundou com os irmãos, primos e amigos, que só falava de carros, de miúdas, da praia e do surf.

Pet Sounds (1966) foi o primeiro sinal do seu talento (numa altura em que tinha abandonado as tours para se forcar na produção), mostrando todo o potencial da utilização do estúdio como ferramenta de criação musical. Estendeu a "wall of sound" de Phil Spector, "espicaçando" ainda, com esta obra-prima, o rumo dos Beatles. O atestado do tempo viria a dar ainda mais força à criatividade deste trabalho, mas a pressão externa e imediata para igual obra ou superior fê-lo cancelar os planos para Smile, um dos discos mais míticos da indústria musical. Foram precisas quase quatro década para ver esse Smile cá fora, já em nome próprio, um disco impactante e aplaudido pela crítica que deixará para sempre a dúvida: 'Como seria o monopólio dos Beatles se Smile tivesse saído em 1967 em vez de ter saído em 2004?...'

Neste Extra faremos um curto retrato da longa carreira de Brian Wilson, sem esquecer os maiores momentos da sua obra com os Beach Boys e a solo, que foram acompanhados por um estado frágil da sua mente, algo que o atormentou durante quase toda a sua vida... E não, não nos esquecemos de alguns tesouros escondidos do seu catálogo.

Podcast: Ruído Alternativo #724 (17-07-2025)