Quando The Guessing Game chegou às lojas, estávamos longe de imaginar que seria um dos últimos discos dos Cathedral. A banda tem planos para lançar o seu disco final no próximo ano, alegando que pretende despedir-se em grande e não numa fase hipoteticamente decadente.
Para quem não está a par, a história do nascimento dos Cathedral tem o seu quê de "enorme acaso", como é normal nas grandes bandas de rock: Lee Dorian, fundador e figura de proa da banda, farto da cena punk e da direcção que os Napalm Death estavam a tomar, abandona o grupo de Birmingham em 1989. O resto é história: os três primeiros discos dos Cathedral são considerados dos mais influentes do doom metal, apesar de terem sido lançado em plena década de 90 (pelo menos, vinte e tal anos após os primeiros acordes do género).
Hoje, os integrantes da banda já não são os mesmos e o crescimento de outros subgéneros do metal em detrimento do doom, fizeram com que a banda fosse algo esquecida - tal como aconteceu com outros históricos do movimento, os Candlemass. E quando digo que estas bandas foram esquecidas não estou a apontar o dedo apenas aos consumidores de música, mas também às publicações especializadas que fizeram questão de esquecer e fazer esquecer o berço de muita da música rock.
Mais atenção tivesse sido prestada a The Guessing Game e este teria sido um dos discos do ano passado. Este álbum continua o habitual dicionário de riffs, mas também se apresenta como o laboratório dos Cathedral, onde as experiências à volta da fusão de sintetizadores, com guitarras pesadas, flautas, harpas e estilos de cantar diversos são uma constante.
Não tenho dúvidas que, quando surgir alguma onde revivalista do doom, The Guesing Game e temas como "Edwige's Eyes" e "The Cascket Chasers" terão o lugar que merecem na história. Há obras que só são verdadeiramente apreciadas e reconhecidas muitos anos depois do seus lançamento, esta é apenas mais um caso.
André Beda
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