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Onde andas tu psicadelismo? Certamente que os
The Black Angels serão um dos nomes a ter em conta hoje em dia quando se fala no termo e na essência do
rock psicadélico. Sim, eu sei, hoje em dia o género multiplicou-se, mas quando-se fala na essência do
rock psicadélico, hoje descrito também como
neo-psychedelia ou neo-psicadelismo, não posso deixar de olhar para esta brilhante banda que usa e abusa deste no seu expoente máximo - por outro lado perde notoriedade perante um maior público que hoje em dia está mais virado para as novas linguagens do
indie do que para uma linguagem na sua total pureza que reinou e teve o seu pico máximo no final da década de 60 e no início da década de 70 -
Hendrix ou
Cream à cabeça ou até mesmo
Pink Floyd,
Grateful Dead,
The Doors ou
The Beatles. Mas deixemos as dissertações sobre o peso do psicadelismo de hoje - que apesar de tudo ainda influencia muitas bandas mundo fora - e passemos de novo a mais uma
review.
Phosphene Dream é o terceiro álbum da carreira dos texanos
The Black Angles que muito têm batalhado com a bandeira do
rock psicadélico desde a sua tímida estreia,
Passover de 2006. Em 2008 a banda começou a dar que falar na imprensa independente com
Directions To See A Ghost, um álbum aplaudido pela beleza transbordante, e 2010 foi a altura de mais um passo em frente quanto à sua visibilidade. A primeira das certezas deste álbum é a inserção de uma linguagem mais acessível - o
garage rock, apesar de tímida, mas que fez alguma mossa, pelo menos na comunicação social e na sua visibilidade. É ouvir
"Haunting At 1300 McKinley",
"Sunday Afternoon",
"River Of Blood",
"The Sniper" ou
"Telephone" para comprovar essa mesma introdução de elementos tipicamente mais
rockeiros e mais familiares, digamos.
"Telephone" é a única faixa fora do contexto e que destoa do alinhamento mas que se transforma num enorme
single capaz
de evangelizar muitas almas e de abrir portas ao som dos
The Black Angles. O ADN da banda continua em todo o trabalho, basta ouvir os anteriores, mas nota-se alguma diferença no som que em nada lhes tira o brilho. Esta diferença só lhes dá um toque ainda mais clássico do que aquele que já tinham e fizeram nos discos anteriores.
Isto é uma grande banda, embora muitos não a conheçam ou o afirmem, mas depois da primeira audição ficamos convencidos. Têm mais estilo, mais
groove e mais alguma luz à sua volta, o que não lhes assenta nada mal. É um passo em frente, um passo à variedade e à diferença, pouco conhecida nos registo anteriores dos
The Black Angels. O caminho sorriu-lhes e o passo seguinte será maior certamente, esperamos nós.
Carlos Montês
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