
O passado não está enterrado. Aliás, com a devida atenção, até podemos encontrar resíduos das fases anteriores da carreira dos Anathema: "Summernight Horizon" da fase gótica, com os característicos vocais femininos; "Thin Air" da fase mais experimental e ruidosa e "Dreaming Light" da fase prog rock (a actual). Se em 1993 o universo dos Anathema era negro e depressivo, o passar dos anos suavizou as temáticas das suas letras: agora temos até uma certa dose de optimismo, esperança e contemplação das pequenas coisas da vida bem latente neste álbum. Em We're Here Because We're Here os Anathema não se limitam a desafiar o conceito de rock, mas também o conceito de prog rock. A este nível não me lembro de outra banda, para além dos Opeth, a quebrar mitos desta forma.
Contra as expectativas, os Anathema continuam a crescer e a chegar a um público cada vez maior, apesar da crescente complexidade do seu som. Um facto curioso é que a banda continua a actuar em festivais de metal (e pasmem-se) sem ser apedrejada. Aliás, o público metaleiro parece ser o que leva mais a sério o que os Anathema andam a fazer actualmente (mais um «quebra mitos»).
Os que ainda pensam que o rock «é só música maluca» deviam ouvir este disco umas 200 vezes, principalmente o tema "Angels Walk Among Us", com a preciosa ajuda de Ville Valo, para começarem a entender porque a «música guedelhuda» é, também ela, arte.
André Beda
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