sábado, agosto 13, 2011

A Análise: Anathema - "We're Here Because We're Here"

Sou um grande fã de muitas bandas de rock/metal gótico saídas do Reino Unido. Não tanto pela própria sonoridade gótica, mas pela aparente inexistência de barreiras no que toca na produção de música: Anathema e Paradise Lost à cabeça. Com bandas como os Anathema não há aquela história do «não vamos fazer algo tão radical que os nossos fãs podem não gostar». Esta banda já fez álbuns de gothic metal, rock psicadélico, outros altamente difíceis de catalogar e, desde o inicio dos anos 2000, entrou na fase post/prog rock. We're Here Because We're Here é mais uma demonstração de força da «engenharia» britânica.
O passado não está enterrado. Aliás, com a devida atenção, até podemos encontrar resíduos das fases anteriores da carreira dos Anathema: "Summernight Horizon" da fase gótica, com os característicos vocais femininos; "Thin Air" da fase mais experimental e ruidosa e "Dreaming Light" da fase prog rock (a actual). Se em 1993 o universo dos Anathema era negro e depressivo, o passar dos anos suavizou as temáticas das suas letras: agora temos até uma certa dose de optimismo, esperança e contemplação das pequenas coisas da vida bem latente neste álbum. Em We're Here Because We're Here os Anathema não se limitam a desafiar o conceito de rock, mas também o conceito de prog rock. A este nível não me lembro de outra banda, para além dos Opeth, a quebrar mitos desta forma.
Contra as expectativas, os Anathema continuam a crescer e a chegar a um público cada vez maior, apesar da crescente complexidade do seu som. Um facto curioso é que a banda continua a actuar em festivais de metal (e pasmem-se) sem ser apedrejada. Aliás, o público metaleiro parece ser o que leva mais a sério o que os Anathema andam a fazer actualmente (mais um «quebra mitos»).
Os que ainda pensam que o rock «é só música maluca» deviam ouvir este disco umas 200 vezes, principalmente o tema "Angels Walk Among Us", com a preciosa ajuda de Ville Valo, para começarem a entender porque a «música guedelhuda» é, também ela, arte.
André Beda

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