Eram até há bem pouco tempo «a banda que fez uma cover porreira dos Slayer», mas pouco a pouco os Vader têm vindo a ganhar o seu espaço na cena death metal mundial. Necropolis pode ser o sintoma de algo maior na carreira da banda polaca.
É por todos sabido que embora grande parte do death metal seja produzido no norte da Europa, este tem um potencial substancialmente maior para ser exportado para outras paragens do que estilos como o black metal. De qualquer das formas não foi nada fácil para os Vader levar a sua música para fora da Polónia, embora contem com uma carreira discográfica que já dura há mais de 17 anos. Em 2006, e quase por acaso, lançam Impressions In Blood no Japão com uma faixa bónus que não era nem mais nem menos do que "Raining Blood" dos Slayer. Daqui para a frente a carreira dos polacos deu um salto em termos de visibilidade.
Os membros da banda transformaram, então, o que poderia ser um facto desmotivante em algo positivo. Os Vader tinham vindo a produzir música de qualidade desde o seu inicio de carreira e, afinal, gravar uma música que nem sequer era da sua autoria e da qual já existem centenas de versões era quanto bastasse para que a imprensa e o público reparassem neles. Este Necropolis vem com mais duas versões: "Black Metal" dos Venom e "Fight Fire With Fire" dos Metallica, que, embora não tenham tido a reacção eufórica de "Raning Blood", são excelentes versões e sempre terão dado um empurrão ao disco em termos de vendas.
Quem conhece o Vader sabe que a formula não tem mudado muito ao longo do tempo. Eles apostam forte no death metal puro e duro, sendo uma das melhores propostas do género que podemos encontrar actualmente. Impression In Blood e Necropolis não são, de forma alguma, álbuns de afirmação qualitativa da banda, apenas conseguiram chegar a um público mais vasto que os seus antecessores.
A qualidade, essa sempre esteve presente, até nos registos mais iniciais da sua carreira. Necropolis ganha muito em relação a todos os outros registos dos Vader apenas num ponto: podemos verificar em neste disco uma maturidade e qualidade a nível instrumental assinalável. Capaz até de envergonhar alguns daqueles que são considerados grandes baixistas, bateristas e guitarristas a nível mundial. Não acreditam? Façam favor de o confirmar em músicas como "Anger" e "Devilizer".
André Beda
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