Morreu Luís Jardim, músico, produtor, compositor e arranjador português. O músico, nascido na Madeira, faleceu no dia em que fez 75 anos, esta sexta-feira, 4 de Julho, de causas ainda desconhecidas.
Luís Jardim esteve no movimento ié-ié português, tendo integrado Os Demónios Negros na viola-ritmo, no início de década de 1960 - a sua primeira banda. No grupo, formado no Funchal, muito inspirado nos Beatles, gravou dois EPs Os Demónios Negros (1965) e Slow Down (1966)
O madeirense acabou por rumar para Inglaterra no virar da década, onde se firmou enquanto músico de estúdio, especialmente na percussão. Formou os Rouge (funk, soul e electrónica) e o mundo da produção abriu-se com Trevor Horn (Yes e Buggles), influente produtor da pop e electrónica britânicas.
No arranque dos anos 80 formou os Headache, grupo criado para concorrer à Eurovisão (1981) pelo Reino Unido, e é nesta década que o seu trabalho começa a dar frutos, com participação na percussão em grandes álbuns de electrónica, disco, soul e R&B de ABC, Frankie Goes To Hollywood ou Grace Jones (com esta última tocou ainda baixo). Pelo meio esteve ainda nos projectos Some Song e Peace Together, este último de angariação de fundos para jovens da Irlanda do Norte, ao lado de Peter Gabriel ou Sinead O'Connor.
Na década seguinte, 1990, está ao lado de Seal nos seus primeiros discos e transforma-se num requisitado músico de estúdio, uma vez confirmada a sua vertente de multi-instrumentista. Contam-se centenas de créditos (mais de 700) gravados em disco, com destaque para: Rolling Stones, Paul McCartney, David Bowie, Madness, David Gilmour, Duran Duran, Tears For Fears, Elton John, Björk, Marillion ou Pet Shop Boys, entre muitos outros.
Já em Portugal, Luís Jardim esteve ligado às carreira de Rui Veloso, João Pedro Pais, entre outros, tendo ficado conhecido do grande público com a sua participação no júri em programas de televisão como: Ídolos (SIC), Uma Canção Para Ti (TVI) e A Tua Cara Não Me É Estranha (TVI).
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