Estamos na recta final de 2018 e para o último Domingo do ano trazemos à antena da Tejo FM mais uma Colecção RA, onde ouvimos e dissecamos dois clássicos do rock e do metal.
Foi neste mês que desapareceu Pete Shelley, líder dos Buzzcocks, e é hora do grupo entrar na nossa colecção de discos com a sua estreia de 1978.
Quanto aos Slayer, repetentes nesta rubrica, regressam com um dos seus álbuns uma vez que em 2019 a banda despede-se das lides musicais com uma tour mundial que tem passagem garantida por Portugal.
Sobre estes discos, falamos um pouco mais em baixo.
1ª parte:
(1978) Buzzcocks - Another Music In A Different Kitchen
São um dos nomes mais fortes do movimento punk britânico e marcaram a história da música como poucos imaginam: - Foi de dois membros dos Buzzcocks que partiu a ideia de trazer os Sex Pistols a Manchester, em 1976, cujos concertos foram de importância extrema para a formação dos Joy Division ou da editora Factory, por exemplo; - Em 1977, a banda lançou o seu EP de estreia através do selo que os próprios criaram e que se revelou fulcral para o movimento do it yourself (DIY) e de proliferação de editoras independentes; - E ao longo da sua carreira trataram de temas que os seus contemporâneos pouco se atreveram a cantar: o amor, a sexualidade e a identidade sexual. Estes são os Buzzcocks de Pete Shelley, Steve Diggle, Steve Garvey e John Maher, a formação clássica do grupo que gravou três importantes discos punk, em '78 e '79. Trouxeram para o punk uma melodia e uma "suavidade" pouco usuais até então e foram um dos influenciadores directos do pop punk, por exemplo - no entanto, os Buzzcocks marcaram todas as linguagens punk posteriores. Muitos hinos depois, o Ruído traz o primeiro LP dessa época à antena. Um clássico!
CM
2ª parte:
(1988) Slayer - South Of Heaven
No final de 1987 os Slayer encontravam-se numa posição pouco confortável à partida para a gravação de mais um disco. Reign In Blood, de 1986, começava já a ganhar o estatuto de clássico e a própria banda sabia que seria difícil superar tamanha agressividade sonora. O processo de composição dos temas que viriam a fazer parte de South Of Heaven foi o mais rigorosamente planeado de toda a carreira do grupo: os Slayer colocaram deliberadamente o pé no travão e o resultado foi um álbum de compassos mais lentos e com algumas passagens de voz e guitarra limpas - algo nunca visto até então. Aquando da sua chegada às lojas, South Of Heaven dividiu os fãs e a própria banda, com a imprensa a elogiar tal façanha. Anos mais tarde, o disco viria a ser melhor apreciado pelos seguidores, mas a música dos Slayer tornar-se-ia mais previsível, com o quarteto a ser muitas vezes acusado de dar aos fãs apenas o que já esperavam. Em 2019 a banda coloca um ponto final na sua carreira, numa tour com passagem assegurada pelo nosso país, e por essa altura poucas dúvidas restarão sobre o facto de South Of Heaven ser um dos trabalhos maiores da sua discografia.
AB
Ruído Alternativo: Domingo, 22h-24h na Tejo FM (emissão online aqui).
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