Mais um final de mês no Ruído Alternativo, mais uma edição da rubrica Colecção RA onde voltamos a ouvir dois discos que fazem parte da história do rock. Homenageamos os desaparecidos Paul Kantner e Signe Toly Anderson ao ouvir Surrealistic Pillow dos Jefferson Airplane e ainda nos debruçamos sobre a anunciada reunião parcial da formação clássica dos Guns N' Roses, com Appetite For Destruction como pano de fundo. Uma emissão absolutamente a não perder!
"Somebody To Love" e "White Rabbit" são as peças chave de Surrealistic Pillow, clássico do rock psicadélico criado pelos Jefferson Airplane em 1967 - o ano deste subgénero musical - que ouviremos na primeira parte do programa de Domingo. Estes dois temas são obra de Grace Slick a vocalista que entrou no grupo no final de 66 e que também com a sua voz poderosa (e sua beleza - afinal era uma ex-modelo) conseguiu escancarar a porta do sucesso aos Jefferson. Um mundo regado a LSD e a outras drogas, que apelava ao amor e à paz, foi um obstáculo para a sua editora, que chegou a censurar as letras da música da banda no seu primeiro disco, mas não impediu o grupo de trilhar o seu caminho. Porém, com o segundo e grande álbum de originais os mais conservadores nunca se chegaram a aperceber de um coelho branco que os imortalizou. Um tema que também passou pela malha da censura das rádios - um dos primeiros a fazê-lo - numa clara alusão ao livro Alice No País Das Maravilhas. Surrealistic Pillow é obra de um sexteto Marty Balin, Grace Slick, Jack Casady, Spencer Dryden, Paul Kantner e Jorma Kaukonen, que com Jerry Garcia (Grateful Dead) criaram este álbum essencial da década de 60 e daquela contracultura fervilhante. Jerry Garcia foi o injustiçado na história deste álbum: Rick Jarrard (produtor oficial) não assumiu a sua co-produção, embora este tenha produzido muitas faixas do trabalho e tenha dado ainda o nome e guitarras a alguns temas do disco - ficou apenas creditado como 'conselheiro espiritual'. Este é um álbum que nunca mais teve par na carreira dos Jefferson Airplane até ao fim do grupo, em 1972. Decidiram ir por caminhos mais pesados e perderam a sua originalidade e o toque pop que os levou ao sucesso. Porém, ficou aqui o grande testemunho que marcou e demonstra uma época [60s] cheia de revoluções sociais e que moldou definitivamente o rock.
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CM
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A cidade de Los Angeles nos anos 80 era totalmente dominada pela cena glam/hair metal, onde por debaixo de cada pedra aparecia uma banda de machos com rímel no olho e batom nos lábios a cantar músicas pop com instrumentos do rock. O thrash metal tinha ameaçado dizimar a cena, mas o som era demasiado abrasivo para a maioria dos ouvidos - algo que fez com que bandas de L.A. como os Metallica tivessem procurado refúgio em São Francisco. A extinção do glam metal só chegaria em 1992 com a ascensão mediática do grunge, mas antes houve uma banda que deu um abanão na cena. Tocando na cidade dos anjos, nos mesmos clubes onde haviam tocado Mötley Crüe e Poison, os Guns N' Roses vestiam a camisola do glam, mas juntavam-lhe a agressividade do metal, a simplicidade do punk e a tradição dos blues. Com o primeiro LP, Appetite For Destruction, acabam por chegar ao estatuto de uma das maiores bandas do mundo num registo que juntava o melhor do rock duro com a balada (e hit intemporal) "Sweet Child O' Mine". A maior parte dos membros da banda vivia debaixo do vício da heroína e do álcool, algo que só contribuiu para dar aos Guns N' Roses o estatuto de "banda mais perigosa do mundo". Depois do sucesso dos primeiros anos e de se terem tornado ainda maiores com uma tour interminável de 28 meses, a formação clássica foi-se desmoronando entre 1990 e 1997. Neste próximo mês de Abril, Slash e Duff McKagan voltam a juntar-se a Axl Rose e companhia, numa das mais desejadas reuniões da história do rock. 2016 será um ano de reviver velhos tempos, tal como faremos nesta emissão do Ruído Alternativo, ao som do incontornável Appetite For Destruction.
AB
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Tudo isto, e muito mais, a não perder Domingo à noite na Tejo FM. A partir das 22h nos 102.9 FM para ou Ribatejo ou para todo o mundo na emissão online emwww.tejoradiojornal.pt.
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