sexta-feira, março 31, 2017

Emissão Especial: Chuck Berry (1926-2017)

No próximo Domingo fazemos a devida homenagem àquele que muitos apelidam ser o "pai do rock 'n' roll". No passado dia 18 de Março desapareceu Chuck Berry, aos 90 anos, e ao longo da primeira hora do programa deste Ruído Alternativo passaremos a pente fino a carreira do senhor de "Johnny B. Goode". Na segunda hora aproveitamos para rever a matéria dada no que à música portuguesa diz respeito.


Se fossemos escolher quem foi o inventor ou o "pai" do rock Chuck Berry estaria sempre entre os mais fortes candidatos. O homem que nasceu em 1926 em St. Louis (E.U.A.) retratou na canção "Johnny B. Goode" a sua carreira: um negro que veio de média classe afro-americana, de guitarra na mão, e que conquistou o mundo.

Cedo teve problemas com a autoridade, mas o legado que deixou ultrapassa todo e qualquer problema com assaltos à mão armada ou relações sexuais com menores. Em 1955, a pedido de Muddy Waters, gravou para a Chess Records a canção "Maybellene", a versão de Chuck para "Ida Red" (canção tradicional norte-americana), e a partir daí todo o jogo mudou.

Chuck Berry quis que o estilo que estava a desenvolver - o rock - tomasse o lugar da música clássica [ouvir "Roll Over Beethoven"], e assim foi - podemos dizer. Juntou brancos e pretos nas mesmas salas e clubes, colocou-os a escutar a mesma música, de forte inspiração blues e country, e com electricidade, e amealhou dinheiro com vários singles no top norte-americano. Foi pioneiro e tornou-se numa estrela.

Entre a Chess e a Mercury Records, Chuck conseguiu construir uma carreira que se manteve a um nível alto na década de 60, mesmo depois de passar um ano e meio na prisão. Quando de lá saiu, em 1963, os Beach Boys tinham um hit intitulado "Surfin' U.S.A.", cuja melodia era totalmente inspirada na sua "Sweet Little Sixteen". Os Estados Unidos estavam sob a invasão britânica, cujas raízes estavam, em grande parte, na música deste "pai".

Rolling Stones e Beatles, como figuras de proa da invasão, deram um empurrão à carreira de Chuck Berry do outro lado do Atlântico, com o mesmo a fazer uma bem sucedida tour em terras de sua majestade em 1964. O próprio John Lennon, dos Beatles, um dia disse que "se tentares dar ao rock and roll outro nome, tu podes chamá-lo de Chuck Berry". Acertou. 

Nos anos 70 começou a dar concertos com bandas das cidades onde tocava, fazendo-se acompanhar apenas pela sua fiel guitarra Gibson. A seu lado tocou um Bruce Springsteen em início de carreira, que referiu que Chuck Berry não dava qualquer setlist aos músicos e que nem lhes agradecia no final da noite. Não lançou qualquer LP de originais depois de 1979, mas continuou a subir aos palcos até 2014.

Sucumbiu em St. Louis, na sua casa, no passado dia 18 de Março, aos 90 anos de idade. Uma morte provocada por causas naturais, na sequência da qual Chuck Berry deixa para trás um legado inestimável na construção daquilo a que hoje se considera rock and roll.  

Rock It ficou durante 38 anos com o título de último trabalho do músico, algo que vai mudar a 16 de Junho com Chuck, disco que o músico anunciou no passado mês de Outubro e que será agora lançado a título póstumo. No programa do próximo Domingo vão poder ouvir nova música, os clássicos de sempre e algumas versões surpreendentes por parte de outros músicos - tudo ao longo da primeira hora de Ruído Alternativo

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A segunda parte desta emissão está reservada ao novo rock e metal nacionais lançado este ano e que continua a dar força à música portuguesa.

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Ruído AlternativoDomingo22h-24h na Tejo FM (emissão online aqui).

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