Antevisão/Destaques: Programa 230

Sejam bem-vindos a mais uma edição da Colecção RA!

A Primavera chegou, os festivais estão bem lançados e aproveitamos a confirmação de dois nomes que marcaram a interpretação na íntegra dos respectivos álbuns de estreia ao vivo em Portugal para apanhar boleia deste revivalismo. Dois discos que acrescentamos à nossa colecção em mais um Ruído Alternativo para ouvir amanhã à noite, a partir das 22h, na Tejo FM!

(1985) The Jesus And Mary Chain - Psychocandy

Primeira parte do programa dedicada à estreia dos Jesus And Mary Chain, que este ano comemora 30 anos e que anda a ser celebrada convenientemente ao vivo um pouco por todo o mundo. Psychocandy foi um disco muito aguardado pela imprensa e pelo público, em 1985, quando um ano antes já os Jesus And Mary Chain fariam por merecer, em parte, o estatuto de "novos Sex Pistols" - com concertos curtos, regados com droga, violência e desprezo para com o público. Uma banda que também ficou muito marcada pela sua imagem [quem não conseguiu deixar de reparar no descuido capilar?] mas que, acima de tudo, fica marcada pelo grande feito que é Psychocandy: um disco que junta o melhor de dois mundos, o ruído de Velvet Underground e as melodias dos Beach Boys sob a inspiração do trabalho de Phil Spector. Os Jesus construíram a sua própria fórmula que assaltou, nesse ano, o mundo da música. Um rock independente e alternativo (nunca mais igual na carreira dos escoceses) que a acima de tudo criou o que nunca poderiam ter imaginado: um género, uma nova vaga, um legado... O shoegaze deve-se a este disco, do qual ainda hoje há uma imensa herança, e à estreia os irmãos Jim e William Reid souberam como casar o feedback com a pop. Fez-se história!

Carlos Montês

Na segunda parte voltamos as atenções para Horses, o disco de estreia de Patti Smith que comemora este ano o seu 40º aniversário. A poetisa do rock promete tocar a obra de arte na integra na edição deste ano do NOS Primavera Sound a 5 de Junho.  Sendo ainda um mistério em que categoria se insere este disco, Horses foi associado ao nascimento do punk e à vindoura cena de Nova Iorque, mas ao ouvi-lo ficamos com a sensação que tal obra não pertence a qualquer rótulo, mas sim à história a música contemporânea. Smith brinda-nos com uma colecção de temas que variam entre o pessoal e introspectivo e a mitologia rock, temas sempre ilustrados pela poesia característica da cantora/poetisa. Horses, produzido pelo ex-Velvet Underground John Cale, estava destinado a ser uma relevante fatia da história do rock, algo sublinhado pelas intemporais e essenciais  "Gloria" e "Free Money".

André Beda

(1975) Patti Smith - Horses

 

Tudo isto, e muito mais, a não perder amanhã à noite. A partir das 22 horas na Tejo FM em 102.9 FM para o Ribatejo ou para todo o mundo na emissão online em www.tejoradiojornal.pt.