No próximo Domingo o Ruído Alternativo regressa às emissões de Colecção RA e, como se impõe, dedicamos as duas horas de emissão à mais recente estrela que desapareceu do universo do rock: Chris Cornell. Os mais de trinta anos de carreira do músico não podem ser, naturalmente, reduzidos a dois discos, razão pela qual no programa da próxima semana passamos em revista os sons de uma vida e dos vários projectos de Cornell. Esta próxima emissão fica assim reservada a dois discos marcantes da sua carreira: Superunknown (1994) dos Soundgarden e Audioslave (2002) dos Audioslave.
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Oportunamente já tínhamos colocado na nossa colecção de discos um álbum dos Soundgarden - aquele que muitos dizem ser o melhor da sua carreira quando a rampa para o sucesso já era uma questão de meses. Badmotorfinger foi o disco mais consistente até 1991, daquela que foi a primeira banda de grunge a assinar com uma major. No entanto, foi ao quarto disco, três anos mais tarde, que os Soundgarden passaram de uma banda inserida numa cena que tinha explodido a nível mundial - o grunge de Seattle (E.U.A.) - para um fenómeno de massas e do mainstream. A explicação é, acima de tudo, "Black Hole Sun", tema do álbum Superunknown que arrebentou com os tops e que rodou incansavelmente nas rádios, enchendo a MTV com um dos mais icónicos vídeos que alguma vez vimos. No entanto, também a evolução sonora e um estilo muito próprio aberto a novas ideias e sons permitiu aos Soundgarden crescer e tocar o céu. Hoje, 23 anos depois, esperávamos por uma data do grupo em Portugal, mas tal não aconteceu. Chris Cornell enforcou-se aos 52 anos, no dia 17 de Maio, "Like A Suicide" - como diz o último tema de Superunknown. Mais uma estrela do grunge que desaparece e deixa cada vez mais órfão um género que atravessou diversos públicos.
CM
Soundgarden
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A história dos Audioslave foi sempre marcada por alguma instabilidade no seio da banda, tendo em conta a forma como tudo começou a ganhar forma e a forma como tudo acabou. No entanto, pelo meio, encontram-se três registos de estúdio que - cada um à sua maneira - marcam fortemente o rock do início do século XXI. E se aprofundarmos a pesquisa, uma verdadeira história de amizade: Chris Cornell, que teve um 2002 cheio de problemas pessoais e relacionados com vários vícios, disse num dos primeiros concertos da banda que os seus três companheiros lhe haviam salvo a vida durante esses momentos difíceis. Aos 52 anos o músico de Seattle sucumbiu aos seus demónios e, caindo no cliché habitual destas situações, deixa um legado considerável: foi uma das vozes de duas gerações nos anos 90 e 2000, ao leme de Soundgarden e Audioslave. Uma voz ímpar que a morte não calará, pelo menos no Ruído Alternativo.
AB
Audioslave
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