sábado, maio 27, 2017

Antevisão/Destaques: Programa 330

52 anos... É cedo, sempre cedo. Chris Cornell desapareceu e deixa-nos um importante legado que percorre mais de 30 anos de actividade. O músico fez carreira a solo, esteve nos Soundgarden, Audioslave e Temple Of The Dog, e este Domingo contamos a história por detrás de mais dois discos seus na Colecção RA, de Soundgarden e Audioslave. Maio fecha com uma triste notícia por aqui, mas o bom rock não deixa de marcar presença no Ruído Alternativo.

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(1994) Soundgarden - Superunknown 


No dia 8 de Março de 1994 saiu para as lojas aquele que é o maior disco dos Soundgarden. A banda de Seattle foi a primeira dos big 4 do grunge [com Nirvana, Alice In Chains e Pearl Jam] a assinar por uma major, mas no entanto foi a última a tocar no céu. 1994 foi o último grande ano para um género que juntou o fuzz das guitarras com letras depressivas, a música acústica, a raiva, a atitude punk... e Superunknown mostrou-se como o último canto do cisne. Pelo meio, está aquela que uma das mais reconhecíveis canções de uma era, "Black Hole Sun", cujo o vídeo se tornou num ícone e num quadro de uma geração. Na primeira semana em que esteve nas ruas o disco chegou logo ao topo da tabela dos mais vendidos nos E.U.A. e hoje conta com mais de 10 milhões de cópias vendidas. Este é o álbum que define o som dos Soundgarden que aqui abordam novos sons, experimentam e não deixam o peso e a negritude como nos tempos antigos. Ouvem-se os Beatles e os Led Zeppelin, mas acima de tudo uma banda que nunca se desviou de um trilho sonoro e nunca se vergou a tendências. 70 minutos, 15 músicas, 5 singles, 6 videoclips - clássico!
CM

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(2002) Audioslave - Audioslave

Quando os instrumentistas dos Rage Against The Machine decidiram ficar juntos e formar uma nova banda, estariam longe de imaginar que iriam acabar com Chris Cornell ao microfone. Adaptar o som dos RATM à voz de Cornell seria uma tarefa difícil, talvez por isso os Audioslave tenham seguido outro caminho. Não que tenha sido algo forçado, é preciso notar: nos primeiros 19 dias de banda, os Audioslave escreveram 21 canções. Sobre esses dias o baterista Brad Wilk referiu que nem deu pelas horas passarem - nem uma ponta de cansaço. Tom Morello percebeu logo a química com Cornell na primeira audição: "não soava bem, nem fantástico, soava a algo transcendente". Já o baixista Tim Commerford diz que finalmente percebeu a lírica do vocalista com o tema "Like A Stone": "pensava que era uma música trivial sobre amor. Depois o Chris explicou-me que o sujeito estava à espera de morrer, enquanto via todos à sua volta desaparecerem. Com ele nada é trivial", disse. Daqui saiu o disco homónimo de estreia da banda que provou ser muito mais que o binómio RATM + Soundgarden - um trabalho que não caiu bem a toda a imprensa, mas que colocou os Audioslave como uma das maiores bandas ao vivo da época. Tudo acabou em 2007, por razões que nunca foram completamente esclarecidas. Voltaram a pisar um palco juntos em Janeiro passado, numa reunião que soube a pouco, ainda mais agora com o desaparecimento de Cornell e quando sabíamos que uma reunião em larga escala estava para breve...

AB

Ruído AlternativoDomingo22h-24h na Tejo FM (emissão online aqui).

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