2015 já está no adro e no Ruído Alternativo chegamos ao final de mais um mês, o que significa: mais uma emissão especial da rubrica Colecção RA. Para ouvir neste Domingo, dia 25 de Janeiro, os discos dos Above (1995) dos Mad Season e Led Zeppelin IV (1971) dos Led Zeppelin.
20 anos depois, ainda há quem suspire pelo grunge da década de 90 e pelo legado de Seattle, ainda sem discípulos à altura. Os Mad Season foram um dos bons frutos da colheita liderada por nomes como Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden ou Alice In Chains, numa reunião de estrelas de músicos da época. Bastam três nomes e verifica-se de que matéria são feitos estes Mad Season: Alice In Chains, Pearl Jam e Screaming Trees - as bandas/coordenadas que deram origem a este supergrupo, numa altura em que o grunge cedia e dava lugar a novas linguagens, e que depressa mostrou não conseguir sobreviver à orfandade surgida com o falecimento de Kurt Cobain. No entanto, os Mad Season reúnem-se e tomam as jams e a imprevisibilidade como dados a contar para um rock que, à altura, vivia do imediatismo. A lírica depressiva continua a ser uma das maiores linhas criativas a ter em conta, mas, o tal imediatismo, é substituído pela contemplação. Todo um novo caminho trilhado pela banda que deu uma "nova vida" a um género que começava a perecer. Above, embora alguma (pouca) recepção negativa, ganhou com o passar do tempo. Todavia, à época, tornou-se num sucesso comercial, com "River Of Deceit" a coroar esse mesmo êxito e com um quinto membro "não oficial", Mark Lanegan, a trazer ainda mais firmados créditos aos Mad Season. Um disco negro, mas belo - que voltará a palco em Seattle já dia 30 de Janeiro com Chris Cornell e Duff McKagan -, para ouvir e compreender na primeira hora do Ruído Alternativo deste Domingo.
Em tempos em que a discografia dos Led Zeppelin é remasterizada pelo mestre Jimmy Page, chega à Colecção RA o quarto álbum da banda. Led Zeppelin IV, assim ficaria conhecido o registo intitulado, é o maior dentro de uma discografia impecável do quarteto britânico e um disco essencial para entender a história do rock. Para além de sonoramente ter um pouco de tudo o que se viria a ouvir no rock no meio século seguinte, é também um posicionamento firme da banda acerca do seu tratamento por parte da imprensa musical e acerca de questões que tocam a toda a humanidade. Os métodos de gravação são quase impensáveis nos dias de hoje, uma vez que a maior parte das sessões decorreram numa mansão remota, quase sem horários para cumprir e num ambiente bastante relaxado. Led Zeppelin IV é assim um disco difícil de repetir no futuro, dada a sua grandeza e época em que foi gravado, e que estará em análise na próxima emissão.
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