2009 marca também o regresso aos discos por parte dos britânicos Paradise Lost. A banda pioneira no movimento metal gótico lançou para o mercado Faith Divides Us- Death Unites Us, um disco com um título que, desde logo, nos deixa a pensar.
Os Paradise Lost foram ganhando o estatuto de uma das mais importantes bandas do movimento death/doom ao longo dos primeiros anos de carreira, graças a discos como Gothic (1991), Icon (1993) ou Draconian Times (1995). Apesar do estatuto adquirido a banda decidiu apontar a sua sonoridade para outros caminhos, tal como fizeram outras bandas do género, com os Anathema à cabeça. Escusado será dizer que ao seguirem o rumo de uma synth-pop à la Depeche Mode, os Paradise Lost perderam inúmeros fãs, inconformados com uma súbita mudança de direcção feita pela banda. Conscientes disso, os Paradise Lost decidiram voltar às antigas sonoridades no álbum Believe In Nothing, em 2001. Este disco acabaria por ser a maior nódoa na carreira da banda inglesa [apesar do sucesso feito por "Mouth"] uma vez que, apesar de ter mais guitarras em detrimento do som dos sintetizadores, um problema na mistura do disco fez com que o regresso a sonoridades mais pesadas fosse adiado.
Believe In Nothing continua a ser hoje um assunto muito pouco falado pelos elementos da banda, mas a seguir a este disco viria a melhor fase da carreira dos Paradise Lost. Fase essa que durou, pelo menos, até a edição deste Faith Divides Us - Death Unites Us, um álbum que vem na linha dos seus antecessores lançados após o ano de 2002. A verdade é esta: a fase synth-pop dos Paradise Lost, goste-se ou não, fez bem à banda, que voltou à sonoridade original sem quaisquer problemas em introduzir pianos, violinos e até os mal-amados sintetizadores em músicas bastante pesadas. A fase menos consensual do Paradise Lost simplesmente fez a banda crescer em termos sonoros e também Nick Holmes que se tornou num vocalista bastante versátil.
Faith Divides Us - Death Unites Us vem, mais uma vez, provar que uma das bandas mais importantes no desenvolvimento dos subgéneros do heavy metal ainda não morreu e ainda para mais conseguiu reerguer-se, como poucas conseguiram, após uma fase em que perderam quase toda a sua base de fãs. Músicas fantásticas como "Faith Divides Us - Death Unites Us", "I Remain", "Living With Scars" e "First Light" fazem-nos ansiar pelo regresso dos Paradise Lost aos discos.
André Beda
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