sexta-feira, novembro 21, 2025

Obituário: GARY "MANI" MOUNFIELD (1962-2025), baixista dos Stones Roses e Primal Scream


Morreu Gary "Mani" Mounfield. O baixista dos Stone Roses e Primal Scream tinha 63 anos e faleceu de causas ainda desconhecidas. O músico preparava-se para iniciar uma digressão de conversas sobre a sua vida e carreira.

Gary esteve na formação, no início da década '80, dos Fireside Chaps, em Manchester, que mais tarde acabariam por ver a entrada de Ian Brown como novo frontman, alterando o nome para The Stone Roses. O grupo tornou-se num dos elementos centrais do movimento que ficou conhecido por Madchester que uniu fãs de música electrónica aos fãs de rock (com pop psicadélica).

O músico esteve nos dois álbuns de estúdio dos The Stone Roses, o homónimo de estreia de 1989 (aclamado amplamente até aos dias hoje por fãs, imprensa e indústria musical) e Second Coming de 1994. A banda terminou dois anos mais tarde, com "Mani" a participar na digressão de regresso dos britânicos entre 2012 (ano em que actuaram no NOS Alive, em Oeiras) e 2017.

Com o fim dos Stone Roses, em 1996, Gary entrou para os Primal Scream onde militou por 15 anos. Gravou todos os álbuns entre Vanishing Point (1997) e Beautiful Future (2008), saindo do grupo em 2011 para se juntar de novo aos Stone Roses.

"Mani" - uma das figura-chave do Madchester - esteve ainda no supergrupo Freebass que foi formado por três baixistas: o próprio Gary e ainda Andy Rourke (dos Smiths) e Peter Hook (dos Joy Division e New Order). Mais tarde estenderam a sua formação com a entrada de Gary Brigg (dos Cornwall) na voz. Os Freebass lançaram um único álbum, It's A Beautiful Life (2010), com destaque para a utilização de três baixos na sua gravação.

segunda-feira, novembro 17, 2025

Obituário: TODD SNIDER (1966-2025)


Morreu Todd Snider. O músico norte-americano de folk, blues e country rock morreu de pneumonia na passada sexta-feira, 14 de novembro, em Nashville, com 59 anos. 

Todd Snider foi um dos músicos de country e folk rock mais celebrados por um público alternativo que não o habituado a sonoridades com raízes tipicamente norte-americanas. O cantautor apresentou ao longo de quase três décadas uma lírica irreverente e irónica, com muita sátira e humor, e narrativas mais descontraídas perante os típicos temas country; algo que traduzia para cima de palco com um carisma único.

Considerava-se um "anti-herói de Nashville" e, antes de se lançar o primeiro álbum a solo em 1994, tocou brevemente na Coral Reefer Band. Deixou quase duas dezenas de álbuns em nome próprio, o último dos quais High, Lonesome And Then Some, lançado a 17 de Outubro.

No final da década de 90 foi assolado por problemas com a droga, entrando em reabilitação em 1997 e novamente em 2003. Já no mês passado, Todd Snider tinha cancelado as restantes datas da sua digressão depois de ter sofrido ferimentos graves na sequência de uma agressão de que foi alvo à porta de um hotel - algo que o tinha incapacitado de actuar por um tempo indeterminado.

Snider foi ainda vocalista do supergrupo Hard Working Americans, onde lançou dois álbuns de estúdio: o homónimo, em 2014, e Rest In Chaos, em 2016.

sábado, novembro 15, 2025

Podcast: Extra #20 - Brent Hinds: O Gigante Adormecido (15-11-2025)

Dois mil e vinte e cinco foi mesmo um annus horribilis para Brent Hinds. Em Março era comunicada a sua saída dos Mastodon, a primeira banda a sério que conhecera, e não duraria muito mais que cinco meses para lá dessa saída surpresa. Muita coisa e pouco simpática se disse na impressa, quase sempre pela boca do guitarrista, mas, se há coisa que a sua morte a 20 de Agosto mostrou é que, nada disso interessa no momento do último suspiro. Brent Hinds tinha apenas 51 anos e ainda tinha muito a dar ao mundo da música e este programa Extra é um espelho disso mesmo: o homem desapareceu mas deixou-nos obra para dissecar ao longo de mais de uma hora. E foi a sons que muitos de nós nem imaginávamos... Matéria para descobrir ou recordar neste mesmo programa de homenagem.


   

quarta-feira, novembro 05, 2025

Obituário: DONNA JEAN GODCHAUX (1947-2025), vocalista dos Grateful Dead


Morreu Donna Jean Godchaux, cantora que pertenceu aos Grateful Dead. A norte-americana tinha 78 anos e faleceu no passado dia 2 de Novembro, num hospício onde se encontrava, depois uma "longa luta contra o cancro", notícia a Rolling Stone.

Donna Jean Thatcher entrou na indústria enquanto cantora de sessões de estúdio tendo feito coros para Duane Allman, Cher, Boz Scaggs, Neil Diamond, entre muitos outros. Destacam-se dois temas entre os demais onde colaborou: "When A Man Loves A Woman" de Percy Sledge e "Suspicious Mind" de Elvis Presley.

Em 1970, Donna casou-se com Keith Godchaux, que um ano mais tarde seria guitarrista dos Grateful Dead. Foi por esta via que Donna também entrou no grupo, onde militou até 1979. Nos Grateful Dead também foi voz principal, para lá dos coros, tendo gravado álbuns clássicos como Europe ’72 (1972), Wake Of The Flood (1973) e Terrapin Station (1977).

A cantora e o seu marido lançaram ainda um álbum colaborativo em 1975, Keith & Donna, que teve Jerry Garcia dos Grateful Dead como membro desta Keith And Donna Band. O casal acabou por "pagar o favor" juntando-se mais tarde à Jerry Garcia Band. Ambos saíram em 1979 dos Grateful Dead, por alegadas difereças artísticas, tendo iniciado uma nova banda, os Heart Of Golf Band. Porém, em 1980 Keith morreu inesperadamente após uma acidente de carro depois do primeiro concerto do grupo, o que acabaria por levar o fim da banda em pouco tempo.

Donna acabou por fundar vários grupos nos anos seguintes, tendo lançado a sua estreia em nome próprio em 1998. O seu último trabalho saiu em 2014 enquanto Donna Jean Godchaux Band And Jeff Mattson.

segunda-feira, novembro 03, 2025

Obituário: LÔ BORGES (1952-2025), cantor e compositor brasileiro


Morreu Lô Borges. O músico brasileiro tinha 73 anos e morreu este Domingo, 2 de Novembro, na sequência da falência múltipla de órgãos. O brasileiro estava internado num hospital desde 17 de Outubro, após uma intoxicação por medicamentos.

Lô Borges esteve na gravação de um dos álbuns mais aclamados da música brasileira, ao lado de Milton Nascimento, Clube Da Esquina de 1972. Este trabalho trouxe uma mistura única e inovadora da bossa nova com elementos jazz e rock. Este álbum foi ignorado pela crítica brasileira, mas que acabou por obter reconhecimento internacional, chegando até ao afamado livro "1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer".

Clube Da Esquina acabou também por designar o conjunto que o gravou, que incluía ainda Toninho Horta, Wagner Tiso, Beto Guedes e Tavito; um grupo que marcou a música popular brasileira (MPB) nas décadas de 1970 e 1980. A banda lançou ainda um segundo disco, Clube Da Esquina 2, em 1978, já sintonizado com o rock progressivo.

Foi na juventude que Salomão Borges Filho (Lô Borges) definiu a sua restante carreira: ouvindo, cantando e falando de MPB e Beatles (mais tarde compôs "Para Lennon E McCartney", canção gravada por Milton, como crítica ao pouco reconhecimento da cultura brasileira).

A solo estreou-se em 1972, com um álbum homónimo que ficou conhecido pelo "Disco do Tênis", que foi gravado ao mesmo tempo que o primeiro Clube Da Esquina. No entanto, após o lançamento de ambos, acabou por se afastar por alguns anos da música até voltar, em 1978, aquando da gravação do trabalho Clube Da Esquina 2.

Ao longo da sua carreira, as canções de foram gravadas por Tom Jobim, Elis Regina, Skank, entre muitos outros. É considerado uma das pessoas mais importantes na vida e obra de Milton Nascimento e o seu último disco, Togobã, foi lançado no ano passado.

sábado, novembro 01, 2025

Podcast: Extra #19 - Jeff Buckley: Entre O Terreno E O Etéreo (01-11-2025)

Ao longo de Outubro, Lisboa e Porto tiveram a oportunidade de ver o primeiro documentário oficial sobre a vida e obra de Jeff Buckley. "It's Never Over, Jeff Buckley" é a película em causa, estreada no início do ano dos Estados Unidos da América e que vai ganhar lugar no serviço de streaming da HBO no final de 2025.

E a propósito deste mesmo documentário, temos a oportunidade ideial para mergulhar na vida e carreira de um músico que com apenas um álbum (Grace de 1994) criou um legado único para as gerações seguintes. Neste Extra trazemos um dos olhares possíveis sobre a vida de Buckley, que terminou com meros 30 anos, numa viagem pelo seu percurso e a teia de nomes que sobrevoaram a carreira deste músico norte-americano com uma voz única!