sábado, novembro 28, 2015

Antevisão/Destaques: Programa 257

Colecção RA de Novembro a chegar, nesta edição com destaque para Veneno (1987) dos Peste & Sida e Ace Of Spades (1980) dos Motörhead. O primeiro é um clássico do punk nacional que foi reeditado juntamente com Portem-se Bem e Peste & Sida É Que É, numa caixa que recupera estes três clássicos da banda nacional e que é pretexto também para uma tour de apresentação destes trabalhos. Já o segundo aparece aqui após a morte do ex-baterista Phil Taylor, icónico pelo uso da pedaleira dupla. Dois discos para ouvir na íntegra este Domingo.
 
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(1987) Peste & Sida - Veneno

Em 2015, os Peste & Sida estão à beira de comemorar 30 anos de existência, é certo que houve interrupções e que hoje os Peste não têm o mesmo impacto que outrora, mas tambem não deixa de ser verdade que a banda é uma das mais importantes do rock em Portugal. Em 1987 desbravou caminho no punk rock, mais puro, que abriu caminhos para as novas gerações. Uma banda que colocou mais agressividade no seu som, mas que também soube ser eclética (com o passar do tempo) à imagem dos Clash no Reino Unido. A isto, o grupo juntou-lhes aquilo que só a nós diz respeito, a nossa portugalidade, transformando-se numa das bandas de referência no final da década de 80 e início da de 90 que ainda hoje trava batalhas em palco e que é recordada sempre da melhor forma. A sua viagem começou com Veneno em 1987 com João Pedro Almendra na voz, João San Payo no baixo e nas vozes, Luís Varatojo na guitarra e nas vozes, Orlando Cohen na guitarra e Fernando Raposo na bateria - o quinteto clássico dos Peste & Sida que gravou o clássico de '87 onde na produção este outro grande do rock nacional João Cabeleira dos Xutos & Pontapés que, com Fernando Rascão, produziu um disco cru e curto que se tornou numa peça essencial na época dourada do punk nacional (1987-1991). Saído de uma editora independente, este trabalho levou os Peste & Sida às majors e por consequência ao grande público. A história acabou por ditar o fim de uma banda que chegou ao top com "Sol Da Caparica", mas não lhes tirou a sua importância e distinção como clássicos do rock nacional. E como para se fazer punk é preciso (muito) amor à camisola, por cá ainda andam mostrando e cantando a história ao vivo, com "Gingão", "Carraspana" ou "Veneno" na ponta da língua e de pulmões cheios. Domingo, o Veneno ouve-se por cá. 

Carlos Montês

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(1980) Motörhead - Ace Of Spades

"We are Motörhead and we play rock n' roll" - são estas as palavras que há anos abrem todos os concertos da banda de Lemmy. Despedido dos Hawkwind em 1975, por "utilizar as drogas erradas", Ian Kilmister rapidamente formou um grupo que apostava em música rápida e directa. Os primeiros anos foram duros, com concertos em barracos e dormidas em casebres, que fizeram os Motörhead marcar em 1977 o concerto de despedida, mas, em cima do apito final, é-lhes oferecido um contrato discográfico para gravar um single. Porém, o grupo acaba por em quatro dias produzir um LP. O que se seguiria já faz parte do domínio público: Motörhead, Overkill, Bomber e Ace Of Spades; foram os discos que fizeram da banda pujante ao vivo - reputação que os tornou num episódio maior da história do rock. Em comum, estes discos têm a formação lendária dos britânicos, composta por Lemmy Kilmister no baixo e voz, Fast Eddie Clarke na guitarra e Philty Animal Taylor na bateria. Constante foi também a necessidade do grupo se demarcar do heavy-metal, associados que foram à NWOBHM e aos movimentos speed e thrash. Para Lemmy, os Motörhead sempre foram e serão uma simples banda de rock, apostada em passar um bom bocado e fazer que quem os ouça também passe. Este é o ponto de partida que levamos em mente para a nossa viagem por Ace Of Spades nesta edição da Colecção RA em memória de Phil Taylor.

 André Beda

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Tudo isto, e muito mais, a não perder amanhã à noite na Tejo FM. A partir das 22h nos 102.9 FM para o Ribatejo ou para todo o mundo na emissão em www.tejoradiojornal.pt.

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