quinta-feira, abril 24, 2025

Obituário: DAVID THOMAS (1953-2025), fundador e líder dos Pere Ubu


Morreu David Thomas, fundador e líder dos Pere Ubu. O músico norte-americano tinha 71 anos e faleceu na sequência de doença prolongada, ontem, dia 23 de Abril.

David Thomas formou os Pere Ubu em 1975, tendo lançado o primeiro disco do grupo três anos depois, Modern Dance. Até 1982, ano da separação da banda, os Pere Ubu lançaram cinco álbuns de estúdio. Com a sua separação, David dedicou-se-se à sua carreira a solo - algo que foi mantendo em paralelo com a carreira dos Pere Ubu, que haveriam de regressar em 1987.

Em nome próprio assinou vários discos, mas sempre acompanhado com diferentes grupos: os Pedestrians, His Legs, Wooden Birds, Foreigners, Two Pale Boys ou com P.O. Jørgens - com trabalhos lançados entre 1981 e 2017. Passou ainda pelos Unknown Instructors e deixou um lastro para lá do rock alternativo e do post-punk, com a exploração de géneros como o rock experimental, desaguando no art, a chamada música concreta e improvisada e a música avant-garde. É tido muitas vezes como um dos pioneiros da exploração sónica.

Destaque ainda para os Rocket From The Tombs, banda de garage rock e proto-punk que teve apenas um ano de vida, nascida ainda antes dos Pere Ubu. Estes reuniram-se mais tarde, entre 2003 e 2017, gravando nesse período o seus três álbuns de estúdio.

Desde 1987 (quando os Pere Ubu voltaram ao activo), que David Thomas era o membro mais constante da formação, tendo em 2023 lançado o seu último disco em vida, Trouble On Big Beat Street, o 18.º disco dos norte-americanos.

Os Pere Ubu estavam actualmente a gravar um novo álbum e o grupo anunciou que vai continuar a misturar o disco para que "a sua música possa ficar disponível para todos". David terá deixado ainda indicações para que as gravações dos concertos continuem a ser disponibilizadas no Bandcamp dos Pere Ubu, que também se vão encarregar de terminar a autobiografia do músico que está quase pronta.

Obituário: ROY THOMAS BAKER (1946-2025), produtor de "Bohemian Rhapsody"


Morreu Roy Thomas Baker, produtor de alguns dos maiores êxitos do rock. O britânico tinha 78 anos, não sendo conhecidas, para já, as causas da sua morte. O londrino morreu no passado dia 12 de Abril, na sua casa no Arizona (E.U.A.), sendo só agora conhecida esta notícia.

Roy Thomas Baker começou a sua carreira como engenheiro assistente, trabalhando com nomes como Tony Visconti, Rolling Stones, Frank Zappa, David Bowie, Santana ou T. Rex. Mais tarde produziu em cinco dos álbuns dos Queen, sendo muitas vezes reconhecido pelo seu trabalho em "Bohemian Rhapsody", single de 1975.

O sucesso, garantiu-lhe mais voos, trabalhando, entre muitos outros, com: Journey, Yes, Foreigner, The Cars, Alice Cooper, Guns N' Roses ou Smashing Pumpkins. O seu último trabalho enquanto produtor foi Heaven & Earth, álbum que os Yes lançaram em 2014.

O produtor foi ainda vice-presidente da editora Elektra, que durante o seu mandato contratou Metallica ou 10,000 Maniacs.

Podcast: Ruído Alternativo #700 (24-04-2025)

sábado, abril 19, 2025

Podcast: Extra #8 - A Cantiga É Uma Arma - As Músicas De Intervenção Rock (19-04-2025)

Cantores de intervenção, baladeiros, uma banda [de intervenção] e uma cantora feminista! Este é o menu para o segundo Extra de Abril, onde nos propomos a dar a conhecer uma selecção de músicas rock da chamada música de intervenção, que marcou o final da década de '60 e, fortemente, a de '70 portuguesas. A uma semana dos 51 anos sobre a Revolução dos Cravos (de 25 de Abril de 1974), antecipamos essa data com um "trabalho de investigação", para mostrar que no meio do fervor e consciência políticas com que Música de Intervenção marcava o cenário musical em Portugal, também esta música elétrica ganhava algum terreno, com apontamentos de: folk rock, de rock progressivo e psicadelismo, blues rock e até hard rock! Um programa desafiante e... único!


terça-feira, abril 15, 2025

Obituário: LES BINKS (1951-2025) ex-baterista dos Judas Priest

Morreu Les Binks, ex-baterista dos Judas Priest. O músico da Irlanda do Norte tinha 73 anos e faleceu de causas não reveladas, ao que tudo indica, a 15 de Março (tendo a notícia sido conhecido só ontem, 14 de Abril).

Les Binks foi o quarto baterista dos Judas Priest, entre 1977 e 1979, tendo contribuído para três álbuns da banda: Stained Class e Hell Bent For Leather (que foi editado como Killing Machine no Reino Unido), ambos em 1978, e o álbum ao vivo Unleashed In The East (1979), considerado um dos mais importantes do heavy metal ao vivo.

Foi esse álbum ao vivo que ditou o fim de Binks nos Judas Priest, com um conflito entre o baterista e o manager do grupo. Segundo o músico, anos mais tarde, o manager não queria que ele recebesse qualquer pagamento por esse disco.

O músico tocou ainda com os War, Roger Glover (dos Deep Purple), Fancy, Lionheart, Tytan, Raw Glory e em bandas de covers. Em 2022, aquando da entrada dos Judas Priest para o Rock And Roll Hall Of Fame, Les Binks tocou com os Judas Priest pela primeira vez em 43 anos, para três canções.

Podcast: Ruído Alternativo #697 (15-04-2025)

segunda-feira, abril 07, 2025

Obituário: AL BARILE (1961-2025), guitarrista e fundador dos SSD


Morreu Al Barile, guitarrista e letrista dos SSD, uma das bandas seminais do movimento straight edge do punk hardcore.

Os SSD nasceram no início dos anos 80, tomando inspiração em bandas como Black Flag ou Minor Threat e, apesar de uma carreira com pouco mais de quatro anos, deixou a sua marca no punk. Em 1982 lançaram o seminal The Kids Will Have Their Say e em 1985 chegavam ao fim da linha com Break It Up, um álbum com uma sonoridade mais hard rock e metal.

Com o fim dos SSD, Barile formou os Gage, banda que tinha uma sonoridade ainda mais alternativa, mas ficou praticamente na sombra do todos estes anos sucesso. Era suposto os SSD voltarem aos palcos em 2023 para comemorar a reedição de The Kids Will Have Their Say, mas nesse ano o guitarrista recebeu o diagnóstico de cancro colorretal que haveria de lhe fragilizar a saúde e tirar-lhe a vida no dia 6 de Abril de 2025, aos 63 anos.

Obituário: CLEM BURKE (1954-2025), baterista dos Blondie


Morreu Clem Burke, baterista dos Blondie. O músico norte-americano tinha 70 anos e faleceu na sequência de uma batalha contra o cancro, este Domingo, 6 de Abril.

Clem Burke entrou para os Blondie em 1975, pouco depois da formação do grupo. Tocou em todos os 11 álbuns de estúdio, com os dois dos fundadores dos Blondie, Debbie Harry e Chris Stein, de Blondie (1976) a Pollinator (2017).

Durante a única pausa na carreira dos Blondie, de 1982 a 1997, o baterista tocou com os Romantics, Pete Townshend, Bob Dylan, Eurythmics, Fleshtones, Iggy Pop ou Joan Jett. Chegou a gravar com os Chequered Past e tocou ainda com os Ramones. Mais tarde formaria as bandas The International Swingers, Split Squat e The Empty Hearts.

Os Blondie estão a gravar um novo disco desde o final do ano passado, trabalho que deve sair este ano, e que deve conter participações de Clem Burke na bateria.

Obituário: DAVE ALLEN, ex-baixista dos Gang Of Four (1955-2025)


Morreu Dave Allen, ex-baixista dos Gang Of Four. O músico britânico tinha 69 anos, tendo falecido no Sábado, 5 de Abril, na sequência de um início precoce de demência.

Dave Allen juntou-se pouco depois da banda se ter formado, em 1976, tendo contribuído para os dois primeiros álbuns dos Gang Of Four, Entertainment! (1979) e Solid Gold (1981), bem como para o EP Yellow (1980).

O britânico deixou o grupo em 1981 para fundar outra banda de new wave e pós-punk, os Shriekback; tocando ainda com os King Swamp, Low Pop Suicide, The Elastic Purejoy, entre outros. Allen esteve ainda nos meandros da indústria musical, ocupando várias posições enquanto executivo e consultor.

Em 2004, Dave Allen juntou-se de novo com a formação original dos Gang Of Four, que gerou várias tours e ainda um álbum Return The Gift (2005). Três anos depois, em 2008, o músico acabou por abandonar os palcos.

sábado, abril 05, 2025

Podcast: Extra #7 - Morte Lenta - A História Do Post-Grunge (05-04-2025)

Nesta edição do Extra fazemos uma viagem pelas ondas radiofónicas entre os anos de 1993 e a primeira metade dos anos 2000. É caso para dizer que transformámos este Ruído Alternativo na Rádio Comercial dessa altura e este é um programa que explica o fenómeno post-grunge por essa óptica muito particular: a da rádio mainstream. Um Extra com muitas recordações e algumas músicas e bandas que passaram efectivamente à história e outras que andam por aí...