sábado, janeiro 27, 2018

Antevisão/Destaques: Programa 354

O Ruído Alternativo está de volta às emissões de Colecção RA amanhã, com um programa que trás mais dois discos para ouvir e conhecer melhor por razões bem distintas. Na primeira parte assinalamos e lamentamos o desaparecimento de Dolores O'Riordan, líder dos Cranberries, com o segundo álbum da banda, No Need To Argue. Já a segunda parte trás melhores notícias e nela celebramos o concerto de Ozzy Osbourne no próximo mês de Julho em Lisboa, com a sua estreia a solo, Blizzard Of Ozz.

Uma emissão com bons motivos para ficarem ligados à Tejo FM.

1ª parte:

(1994) The Cranberries - No Need To Argue

Nasceram na Irlanda, em 1989, pelas mãos dos irmãos Noel e Mike Hogan, aos quais se viria a juntar Fergal Lawler. Durante menos de um ano, tiveram Niall Quinn na voz e após um anúncio que procurava por uma vocalista surge Dolores O'Riordan. Esta faz 'o trabalho de casa' e é contratada após trazer uma versão embrionária do tema "Linger". Despertaram a atenção de uma editora local, que fez a sua música chegar às grandes editoras do Reino Unido, e é a Island Records que os assina. Lançam o seu álbum de estreia em 1993, Everybody Else Is Doing It, So Why Can't We?, e apesar do burburinho em redor dos seus concertos, não alcançam os resultados desejados. Até que a MTV entra em cena, repara neles depois de abrirem os concertos da tour dos Suede e o tabuleiro muda: com videoclips em alta rotação na televisão dedicada à música a estreia sobe aos tops. E, aproveitando este sucesso, atiram-se para o segundo de originais, lançado logo em 1994. É No Need To Argue que sai para as lojas e os resultados ultrapassam a estreia: múltiplas platinas por todo o mundo, quatro singles extraídos (com respectivos vídeos) e concertos a pontapés. Os Cranberries eram um dos tentáculos do rock alternativo de então e marcam a década de 1990 com hinos que se entranham nas cordas vocais dos adolescentes. Vão da folk à tradicional pop e ainda tocam no grunge com o clássico "Zombie" - tema que não deixa esquecer as duas crianças vítimas mortais dos atentados bombistas do IRA de 1993, em Inglaterra. Um tema que os coloca num universo mais pesado e com mais distorção, presente num álbum de originais onde o grupo revela a sua identidade sonora, mais dura e negra, mas também eficaz. Assinaram um capítulo da história da música alternativa da última década do século XX e 24 anos depois, apesar de, sejamos honestos, não terem a relevância doutros tempos, fomos todos apanhados desprevenidos. Morreu Dolores O'Riordan, aos 46 anos, o rosto de uma banda onde cantava, tocava e ainda escrevia todas as letras. Foi cedo de mais, mas a música, essa, fica por cá para todos nós.

CM

2ª parte:

(1980) Ozzy Osbourne - Blizzard Of Ozz

Antes de mais as informações úteis: Ozzy Osbourne faz passar a sua longa tour de despedida dos palcos pela Altice Arena (em Lisboa) no próximo dia 2 de Julho. É bom lembrar que o guitarrista Zakk Wylde está de volta à banda do príncipe das trevas e que a primeira parte está a cargo dos não menos históricos Judas Priest. Posto isto, falemos sobre Blizzard Of Ozz, aquele que acabou por ser o disco de estreia a solo do músico. Depois de ser despedido dos Black Sabbath, Osbourne passou grande parte dos anos de 1979 e 1980 à procura de músicos para formar uma nova banda. Com a sua futura esposa e empresária Sharon a seu lado, teve a sorte de encontrar um baixista que para além de tocar também compunha e escrevia letras, Bob Daisley, e um guitarrista que depois de apenas dois álbuns com Ozzy se tornaria numa das maiores lendas do rock, Randy Rhoads. Este trio compôs a maior parte do disco de estreia numa sala de ensaios na Escócia e, quando chegou o momento de gravar Blizzard Of Ozz, a formação completou-se com Lee Kerslake na bateria e Don Airey nas teclas. Lançado em Setembro de 1980, Blizzard Of Ozz tornou-se num estrondoso sucesso nos Estados Unidos e lançou as bases para uma carreira duradoura e sempre bem gerida por Ozzy e Sharon - como a criação do Ozzfest nos anos 90 comprova. "Crazy Train" ou "Mr Crowley" são temas que resistiram à erosão da passagem do tempo e que cimentam o estatuto de clássico do rock que este álbum atingiu. 

AB

Ruído Alternativo: Domingo22h-24h na Tejo FM (emissão online aqui).

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