Amanhã temos no Ruído Alternativo o programa antes do Natal e oferecemos uma Colecção RA. Um programa dedicado a Craig Gill dos Inspiral Carpets e a Greg Lake dos King Crimson com dois discos britânicos e clássicos. O primeiro da fornada de madchester o segundo do ambicioso rock progressivo. Life e In The Court Of The Crimson King para conhecer um pouco melhor em baixo.
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(1990) Inspiral Carpets - Life
Rock alternativo + rock psicadélico + música electrónica + música de
dança. Está encontrada a fórmula para um género que nasceu numa cidade
inglesa, Manchester. Chamaram-lhe de madchester e criou-se um fenómeno
que nasceu no final dos anos 80 e que perdeu energia no início
da década de 90. Foi curta a duração mas ficaram para sempre as
experiências com a electrónica e nomes como The Stones Roses, Happy
Mondays ou Inspiral Carpets. Estes últimos antecederam o próprio
fenómeno em si: nasceram em 1983 na força de uma amizade e só em 1990 é
que arrancam para uma carreira sólida após algumas tentativas e pequenos
fenómenos de popularidade com a atenção do radialista John Peel ou de adolescentes
que vestiam polémicas t-shirts com uma vaca com o logo da banda. Life saiu
em 1990, criou um hino ("This How It Feels") e, mais que tudo, criou uma
impressão digital:
distorção de guitarras e, principalmente, a utilização assoberbada do
órgão! A electrónica ainda não estava suficientemente presente, mas aquele piano... ai aquele piano com baixo, bateria e guitarra...
CM
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Olhando para trás, é fácil de perceber como fomos dos primórdios do rock n' roll ao psicadelismo e daí passámos para o prog. É certo que as fundações foram lançadas com Pet Sounds dos Beach Boys e com Sgt. Peppers... dos Beatles, mas daí a chegarmos a músicas de 12 minutos vai um longo passo. Com uma fita de oito faixas, os King Crimson sobrepuseram um número bem maior de instrumentos. Nelas o rock passava a ser falado na linguagem do jazz e da música clássica. Foram também uma das primeiras bandas a ver as potencialidades de um LP - que está para um músico como uma tela está para um pintor (e, já agora, seguindo a analogia, a clássica canção rock dos anos 60 era como um post-it). Estava lançada a semente do género que dominou grande parte dos anos 70 e que tornou o rock bastante mais orquestrado e fantasioso. Ainda mais curioso é que Greg Lake e companhia começaram a angariar seguidores desde bem cedo, num género que ficaria para a história como um dos mais intelectuais. O apelo underground do rock sinfónico de In The Court Of The Crimson King e a curiosidade de um público sedento de algo original fizeram deste trabalho e dos King Crimson porta-estandartes de um movimento que em 1969 estava apenas a dar os primeiros passos...
AB
Ruído Alternativo: Domingo, 22h-24h na Tejo FM (emissão online aqui).
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