sábado, junho 27, 2015

Antevisão/Destaques: Programa 243


Duas reedições são o mote para mais uma emissão especial no final de mais um mês de emissões no Ruído Alternativo. Chegamos assim ao final de Junho com mais dois discos para ouvir na integra: Placebo e Mata-Ratos para escutar e perceber neste Domingo de Ruído Alternativo a partir das 22h, na Tejo FM!

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(1996) Placebo - Placebo

"Music for outsiders, by outsiders", assim se pode resumir o som dos Placebo que romperam pelo Reino Unido no ano de 1996 quando a britpop era o prato favorito por aqueles lados. De batom, eyeliner e unhas pintadas, a imagem foi o primeiro impacto que a banda  trouxe [de novo] para a ribalta. E embora a associação inicial ao glam rock por parte dos media, os Placebo souberam trilhar um caminho muito próprio com um rock alternativo de referências punk, mas ao qual adicionaram elementos electrónicos e experimentais ao longo do seu percurso. Aqui, em 1996, ainda eram muito crus, mas não deixaram de parte as melodias e uma irreverência juvenil traduzida em letras que lhes trouxeram um público específico; para além de ajudarem à formação do emo rock enquanto estilo musical para o início do novo milénio. A isto tudo junta-se o facto de os Placebo muito batalharem (algo que ainda fazem nos dias de hoje) sobre questões tabu, grande maioria delas ligadas ao sexo e à orientação sexual que nunca saíram da sua lírica e imagem a eles associada. À estreia trouxeram um sucesso impensável para um trio multi-color (cinco singles, respectivos vídeos e sucesso para o álbum nas tabelas), chegaram aos ouvidos de um dos pais do glam [David Bowie estava atento] e cimentaram o lado mais melodramático do rock alternativo dos anos 90. Tudo ideias de uma dupla-motor Brian Molko [icónica figura do rock alternativo] e Stefan Osldal - aos quais se juntaram nesta estreia Robert Schultzberg -, que trouxeram para a indústria da música um novo olhar para a diferença [sexual e adolescente] com "Nancy Boy" à cabeça.

Carlos Montês



(1990) Mata-RatosRock Radioactivo

Na segunda parte vamos ao som do street-punk dos Mata-Ratos, banda que demorou oito anos para editar o seu primeiro registo de originais, Rock Radioactivo, objecto de audição e discussão nesta emissão da Colecção RA. Os primeiros, e os seguintes, anos foram marcados por concertos violentos e inúmeras expulsões de palco, algo que ajudou a construir um mito que perdura até aos dias de hoje. Apesar de a estreia ter sido editada pela major EMI - Valentim de Carvalho, a banda optou por seguir o caminho da clandestinidade e por não "vender" o seu som aos caprichos comerciais de uma editora maior. Por tudo isto, e por continuarem cá depois de ao longo de mais de 30 anos terem passado mais de 20 elementos pelo grupo, os Mata-Ratos são hoje o que se pode considerar uma banda de culto neste pequeno país à beira-mar plantado. Newton e companhia preparam um novo disco para lançar no ano que vem, quase nove anos depois do último registo, numa altura em que o líder do grupo já leva 30 anos de rock n' roll puro e visceral nas pernas. Quem disse que o punk estava morto? Rock Radioactivo para ouvir ao longo da emissão de amanhã à noite.

André Beda
 
Tudo isto, e muito mais, a não perder hoje à noiteA partir das 22 horas na Tejo FM em 102.9 FM para o Ribatejo ou para todo o mundo na emissão online em www.tejoradiojornal.pt.

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